terça-feira, 30 de junho de 2009

A Prática da Mediunidade na Casa Espírita


Kardec é recebido no Centro Espírita de Broteaox, em 19 de setembro de 1860, o único existente em Lyon. À porta esperam-no Dijou e sua esposa, que além da mediunidade psicofônica realiza um grande trabalho junto aos enfermos. Em 1862 Kardec retorna e vai a mais de 20 cidades verificando o aumento de centros espíritas e de pessoas interessadas na filosofia espírita – no início são algumas centenas e após dois anos surpreso nota que esses números aumentaram de 25 para 30 mil.

As reuniões em Lyon e Bordeaox chegam a freqüência de até 200 pessoas por vez.
Feliz e acrescenta que o mais importante era a seriedade, o estudo constante do lado filosófico-moral e instrutivo, jamais a prática mediúnica e sim espírita pela leitura posta em prática. É ainda nessa belíssima obra – Viagem Espírita em 1862 – que Allan Kardec coloca o valor da orientação às crianças – Evangelização Infantil.

No O Livro dos Médiuns, cap. 29, comentando sobre Reuniões Instrutivas, itens 328 e 329, é colocado a importância do estudo: “(...) não apenas do ensino moral, mas também o estudo dos fatos”. Kardec relembra também o perigo que podem sofrer os médiuns, obsessão simples, fascinação e subjugação, se não tiveram conhecimento de como os fatos ocorrem.

A importância da reciclagem periódica com pessoas “desinteressadas e bondosas”. Como evitar orientações distorcidas? Observar o conteúdo das palavras fazendo paralelo com a Doutrina Espírita.
Erasto, discípulo de Paulo, nos alerta no que querem aconselhar pregando a divisão e o isolamento, cuidado também com as orientações particulares.

Em 1860 chega ao Brasil o Espiritismo. O primeiro Centro Espírita, no país, é fundado em Salvador – Bahia, a 17 de setembro de 1865, por Olímpio Teles de Menezes. Desde essa época seu crescimento foi muito rápido e muito atuante em todo o território nacional.

Herculano Pires, em seu livro O Centro Espírita, coloca esse parágrafo muito importante: “Se os espíritas soubessem o que é o Centro Espírita, quais são as suas funções e sua significação o Espiritismo seria hoje o mais importante movimento cultural e espiritual da Terra.”

A base é o estudo da Codificação para aprimoramento dos médiuns e trabalhadores em geral.
O uso da mediunidade em favor dos espíritos necessitados é de grande importância, mas e os que não possuem a mediunidade dinâmica?
O próprio Herculano, tão entusiasta e estudioso da mediunidade abre possibilidades falando da mediunidade estática. Citamos Kardec na Viagem Espírita em que visitou um Centro na cidade de Cette onde praticamente não havia médiuns ativos, dinâmicos, pois sabemos que Allan Kardec, no capítulo 31 de O Livro dos Médiuns, item 10 afirma: “Todos os homens são médiuns.”(citação do espírito Channing)

André Luiz também diz o mesmo. Quantas tarefas de amor podemos desenvolver através da percepção – inspiração, pela ligação constante com o plano espiritual quando nos dedicamos em amar, compreender e servir nosso próximo.

À medida que evoluímos, evolui a nossa mediunidade também.
Dr. Jorge Andréa em seu livro Dinâmica Psi coloca que da mediunidade de incorporação e inconsciente passaremos a semiconsciente, consciente e intuitiva. “Emmanuel – Dissertações Mediúnicas, pág. 49, escrito em 1937, coloca o seguinte parágrafo: ‘(...) desenvolvendo suas capacidades espirituais, poderá com seu esforço certificando-se das sublimes verdades do mundo invisível, sem o concurso de quaisquer intermediários’.”

Esse é o processo evolutivo da mediunidade, para consegui-lo é necessário o estudo unido à compreensão, a caridade e o amor aos nossos irmãos em Humanidade.

Ana Gaspar

A passagem


Senhor, Meu Pai,

Avise-me quando estiver chegando,

Avise-me.

Sempre pedia eu, em minhas orações.

Era tal ânsia em saber para me preparar para esse momento da passagem, que tantos temem, que chegava a soar um tanto mórbido, pela insistência.

Ao concientizar-me da natureza de tal pedido, usava meu bom senso e lógica e muitas vezes me punia pelo pedido.

A vida transcorreu como devia ser, exatamente igual a de qualquer ser humano aqui encarnado.

Cresci, estudei, casei-me, tive meus filhos, netos...

Em certo dia, sentei-me em minha cadeira predileta, ao pé da janela e pus-me a observar aquela paisagem tão conhecida minha, mutável, claro, mas cujas mudanças eu as acompanhei detalhadamente a cada dia daqueles anos todos.

Meus olhos foram perpassando por cada árvore, cada pessoa que eu podia observar daquele meu, quase ciquentenário posto, retrodecendo no tempo, comparando todos os detalhes, suas modificações, enfim, fui assistindo mentalmente, acreditava eu, por ocasião da força das recordações, o filme de minha vida.

Em dado momento recobrei a consciência e pensei que estava voltando por demais ao passado, e conclui que era preciso retornar à realidade.

Que realidade??

Meu Deus!!! Aquela era a realidade!!!

Aquele era o momento do desprendimento...

Olhei à minha volta e senti-me como que suspensa no ar, leve, solta, como que totalmente remoçada...

Olhei-me e aquele corpo, um tanto quanto cansado, estava lá, sentado naquela velha e confortável cadeira ao pé de minha janela, com a cabeça recostada, olhos serrados, rosto sereno.

Obrigada Deus, não sofri.

Porque me preocupei aqueles anos todos com um momento suave como este?

Desejo a todos que tenham um momento de passagem como o meu, mas não se preocupem com ele.

Vivam o presente.

Ele é que importa.

Abraços.

Uma amiga.

(Psicografia recebida em 11/02/00 no CEAL - Centro Espírita André Luiz)

Alcoolismo



Há uma relação indissociável entre álcool e violência. Os inúmeros acidentes de trânsito, os assassinatos no cadinho do lar, as agressões nos diversos meios sociais etc. advêm do alcoolismo.

Isso ocorre porque “o álcool é um depressor do Sistema Nervoso Central e age diretamente em diversos órgãos, tais como o fígado, o coração, vasos, e na parede do estômago”. (1) Além disso, desencadeia reações extremamente negativas no organismo físico e perispiritual.

No corpo físico, o álcool causa a desinibição, por isso, várias pessoas, antes quietas, tornam-se desafiadoras, extrovertidas; causa instabilidade e prejuízo na capacidade de julgamento crítico, afetando a memória, a coordenação motora; inconsciência; prejuízo da respiração e circulação sanguínea; provoca ainda hepatite alcoólica, cirrose hepática, câncer; anormalidades do desenvolvimento fetal, coma e até mesmo a morte. (2)

É imperioso compreendermos que o alcoolismo também é uma forma de suicídio e agravamento do programa espiritual do ser humano que por ele se envereda.

A gênese desse vício devastador é multifatorial. Pode ter início devido à insegurança psicológica do indivíduo, funcionando como uma catarse. Outras vezes tem início com pais irresponsáveis que molham a chupeta de suas crianças em alguma bebida nas confraternizações sociais. Noutras ocasiões, a taça da ilusão é sorvida devido a um amor malogrado, a “perda” de algum ente querido, a decepção financeira e um sem-número de fatores que aturdem a mente enfermiça.

Qualquer que seja o motivo, aquele que faz uso do álcool e nele perdura não logra paz. Essa plantação é extremamente cara para o ser humano e seus familiares e a colheita é a humilhação social ou a situação ridícula por que passa, além das deformidades perispirituais e reencarnações futuras de graves expiações.

Aqueles que se encontram em tais condições lamentáveis podem e devem lutar com todas as suas forças para o equilíbrio psicofísico. Devem procurar o apoio familiar e de grupos especializados, realizar cultos do evangelho no lar, buscar o recurso energético do passe, os trabalhos sociais para a ocupação mental, ouvir palestras evangélicas, participar de grupos de estudos sistematizados da Doutrina Espírita, entre outros. Todas as “armas” devem ser direcionadas para esse monstro do alcoolismo.

Não podemos olvidar também a juventude tão carente do amor e compreensão dos adultos. Os jovens em suas baladas, micaretas, festas universitárias e outras estão expostos à drogadição, ao sexo desregrado, ao alcoolismo... Somente a educação formal e principalmente a educação moral, calcada no bojo da família, são capazes de livrá-los de tais vícios.

Não somos contrários às diversões naturais da juventude, mas somos da opinião de que devem ser baseadas na responsabilidade e no amor fraternal, o que não é ensejado pelo álcool e outros, já que causam violência, assassinatos, estupros etc.

O alcoolismo também é uma forma de suicídio e desastres morais, devendo ser combatido por todos nós, espíritas.

Referências:

(1) Disponível em . Acesso em 3 de janeiro de 2009.

(2) Além de várias outras comorbidades associadas. O termo comorbidade é formado pelo prefixo latino "cum", que significa contiguidade, correlação, companhia, e pela palavra morbidade, originada de "morbus", que designa estado patológico ou doença.

MARCOS PAULO DE OLIVEIRA SANTOS

segunda-feira, 29 de junho de 2009

O problema das mistificações




As mistificações constituem-se num grave problema para o Espiritismo, afetando-o principalmente no tocante à sua credibilidade. Por isso, a questão precisa ser analisada e enfrentada com sinceridade. Diria mesmo que este é um dever de todo espírita. Não nos convém tapar o sol com a peneira, pois é certo que há mistificações em nosso meio. E como há!

No presente artigo, pretendo trazer o tema para o debate, na esperança de que nos tornemos observadores mais atentos e críticos. É isso, aliás, o que Kardec recomendou em O Livro dos Médiuns: “se a intenção for realmente boa, eles (os homens sensatos e bem intencionados) farão a sua advertência de maneira conveniente e benévola, abertamente e não com subterfúgios”.

De início, salientamos que não há mistificadores sem mistificados. Trata-se, portanto, de uma via de mão dupla. “A facilidade com que certas pessoas aceitam tudo o que teria vindo do mundo invisível ... é o que encoraja os mistificadores”, disse Kardec. Por isso, devemos tomar cuidado para não sermos nós os encorajadores das mistificações. Como? Recebendo todas as informações com reserva e prudência. É o que nos aconselhou o Codificador do Espiritismo. Dessa forma, não nos enganarão tão facilmente.

Os mistificadores podem ser Espíritos desencarnados ou Espíritos encarnados (os homens – médiuns ou não). É sobre os homens-mistificadores que queremos tratar neste artigo, porque os Espíritos desencarnados mistificadores já foram muito bem caracterizados por Kardec em O Livro dos Médiuns (Capítulo XXVI – Das Manifestações Espíritas), tornando-se desnecessária, por ora, qualquer apreciação adicional acerca deles.

Apressadamente, poderíamos supor que os mistificadores (homens) são somente os que recorrem a fraudes em busca de recompensas financeiras. Há muitas mistificações que visam ao dinheiro fácil, sim, mas essas, logo, logo, acabam sendo desmascaradas. A maioria das mistificações, no entanto, passa despercebida, uma vez que não conseguimos enxergar os interesses que escondem, ou seja, a notoriedade, a distinção, o status e, em especial, o poder (de decisão).

Não estamos nos referindo ao jogo político que praticamos em nossos meios sociais, como família e local de trabalho. Somos seres políticos por natureza e fazemos política o tempo todo – nem sempre de forma sadia. Mas a questão aqui é outra. Estamos tratando de embustes, de enganações, de buscar o poder por meios escusos. Estamos tratando do uso da mentira, do uso da respeitabilidade que se dá a uma mensagem supostamente advinda do plano espiritual. Estamos nos referindo a regras de conduta ou de práticas impostas por homens que fingem adotar orientações ditadas por Espíritos superiores.

Antes de qualquer avaliação, é preciso lembrar que o Espiritismo é libertador, porquanto nos propõe uma fé raciocinada, que nos liberta da prisão do medo que outras crenças impõem: medo, por exemplo, de punição, quando supomos infringir uma “lei” que não passa de uma regra criada por algum mistificador. Com a fé raciocinada, não podemos aceitar ou temer algo que não faça sentido para nós; como obedecer a regras de conduta que tentam nos impor sem maiores explicações?

Cumpre admitir, por outro lado, que, ao alimentar a vaidade, tornamo-nos muitas vezes responsáveis por essa situação. Já meditaram sobre a distinção que é feita em nosso meio entre médiuns ostensivos e não ostensivos (contrariando a Doutrina)?

Os mistificadores utilizam-se de variados meios para a realização de seus propósitos, alguns dos quais poderíamos apresentar a título ilustrativo; no entanto, preferimos deixar a exemplificação para um próximo artigo. Até lá, ficamos torcendo para que a leitura deste texto possa suscitar análises, críticas e debates.

EDUARDO BATISTA DE OLIVEIRA

Muita paz!

FUGA E REALIDADE




Graças ao processo da individualização do ser, superando as etapas primárias, na fase animal, o predomínio do ego desempenhou papel de primordial importância, trabalhando-o para vencer o meio hostil e os demais espécimes, usando a inteligência e o raciocínio como forças que o tornavam superior, deixando os remanescentes da falsa condição de dominador do meio ambiente e de tudo quanto o cerca.

Como conseqüência, passou a acreditar que também poderia dominar o corpo, estabelecendo suas metas sem lembrar-se da transitoriedade e da fragilidade da maquinaria orgânica.

Impossibilitado de governá-lo, quanto gostaria, já que o organismo tem as suas próprias leis, que independem da consciência, como a respiração, a circulação, a digestão, a assimilação e outras, esses fenômenos ferem-lhe o egotismo e levam-no, não raro, a estados depressivos perturbadores.

A mente, encarregada de proceder ao comando, experimenta então um choque com os equipamentos que direciona, em razão de ser metafísica, enquanto esses são de estrutura física, portanto, ponderáveis.

Ante a impossibilidade de exercer o seu predomínio total sobre o corpo, o ego estabelece mecanismos patológicos inconscientes de depressão, desejando extinguir aquilo que o impede de governar soberano. Trata-se de uma forma de autopunição, porquanto, dessa maneira, se realiza interiormente. Como, porém, a mente não depende do corpo, quando esse sobrevive à patologia autodestrutiva, o ego esmaece e abrem-se perspectivas de ampliação dos sentimentos, como altruísmo, fraternidade, interesse pelos demais.

O egoísmo é invejoso, porque aspirando tudo para si, lamenta o prejuízo de não conseguir quanto gostaria de deter, e por isso, inveja o corpo que não se lhe submete, preferindo matá-lo, na insânia em que se debate.

Lutar pela sobrevivência é tarefa específica da mente, entre outras, com objetivo essencial de tudo empenhar por consegui-lo. Por isso, logra superar as injunções egoísticas e ampliar o sentido e o significado da vida.

O ser humano está fadado à glória solar, acima das vicissitudes, às quais se encontra submetido momentaneamente, como resultado do seu processo evolutivo, que o domina em couraças, de que se libertará, a pouco e pouco, utilizando-se dos recursos bioenergéticos e outros que as modernas ciências da alma lhe colocam ao alcance, ajudando-o no crescimento interior e na conquista do super-ego.

(Do livro "Amor, Imbatível Amor", de Divaldo P. Franco - Joanna de Ângelis)

domingo, 28 de junho de 2009

Mediunidade, conceito e tipos


Que é ser médium

1. Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos.

2. Apesar disso, só chamamos de médiuns aqueles em que a faculdade mediúnica se mostra caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva.

3. A percepção das influências espirituais se dá pelo fenômeno mental da sintonia, ou seja, nossa mente, sendo um núcleo de forças inteligentes, gera pensamentos plasmados que, ao se exteriorizarem, entram em comunhão com as faixas de idéias do mesmo teor vibratório, estabelecendo-se, assim, a sintonia mediúnica. Atraímos os Espíritos que se afinam conosco, tanto quanto somos por eles atraídos.

Mediunidade e Doutrina Espírita

4. Achando-se a mente na base de todas as manifestações mediúnicas, é imprescindível enriquecer o pensamento, incorporando-lhe tesouros morais e culturais. A mediunidade, pois, não basta por si mesma. Sendo uma faculdade própria da espécie humana, ela existe desde as épocas mais remotas, mas foi somente na Doutrina Espírita que ela encontrou um sentido mais elevado e disciplinado.

5. Como os historiadores informam, Sócrates referia-se ao amigo invisível que o acompanhava constantemente. Plutarco reporta-se ao encontro que Bruto teve certa noite com um de seus perseguidores desencarnados. Pausânias, no templo de Minerva, em Roma, ali condenado a morrer de fome, aparecia e desaparecia aos olhares de circunstantes assombrados, durante largo tempo. Nero, nos últimos dias de seu reinado, viu-se fora do corpo carnal, junto de Agripina e de Otávia, sua genitora e esposa, ambas assassinadas por sua ordem, a lhe pressagiarem a queda no abismo.

6. Com o advento do Cristianismo, a mediunidade atingiu a sublimação com as manifestações provocadas por Jesus e, mais tarde, por seus apóstolos. E na Idade Média prosseguiu vitoriosa nos feitos de Francisco de Assis, nas visões de Lutero e nos desdobramentos de Tereza d’Ávila, para culminar, nos tempos modernos, nas prodigiosas manifestações de Swedenborg.

7. O dom mediúnico, por ser uma conquista evolutiva da Humanidade, não deve se limitar a mera produção de fenômenos. O médium consciente de seu papel precisa buscar disciplina e iluminação íntimas, para tornar-se um instrumento de progresso, com vistas à felicidade própria e coletiva.

Tipos de Mediunidade

8. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para determinados fenômenos, do que resulta uma variedade muito grande de manifestações. As principais variedades de médiuns são: médiuns de efeitos físicos, médiuns sensitivos ou impressionáveis, médiuns audientes, médiuns videntes, médiuns sonambúlicos, médiuns curadores, médiuns pneumatógrafos e médiuns escreventes ou psicógrafos.

9. Os médiuns de efeitos físicos são aptos a produzir fenômenos materiais, como o movimento de corpos inertes, ruídos, pancadas, vozes diretas, materializações, transportes, etc. A mediunidade de efeitos físicos foi muito comum no surgimento do Espiritismo, com o objetivo de chamar a atenção dos encarnados para as coisas do Além, tal como ocorreu em Hydesville e depois na França, em meados do século passado.

10. Os Espíritos que se prestam a esse tipo de manifestação geralmente são de pouca evolução. Na verdade, são mais levianos do que maus, que se riem dos terrores que causam, agarrando-se a um indivíduo ou a um lugar por mero capricho ou com o propósito de se comunicarem com certas pessoas, para lhes dar algum aviso ou pedir alguma coisa.

11. Médiuns sensitivos ou impressionáveis são as pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos por uma impressão vaga, por uma espécie de leve roçadura sobre todos os seus membros, não apresentando caráter bem definido, visto que todos os médiuns são mais ou menos sensitivos. Esta faculdade pode adquirir tal sutileza, que aquele que a possui reconhece não só a natureza, boa ou má, do Espírito que está ao lado, mas até a sua individualidade, como o cego reconhece a aproximação de tal ou tal pessoa.

12. Os médiuns audientes ouvem a voz dos Espíritos, algumas vezes uma voz interior, que se faz ouvir no foro íntimo, doutras vezes uma vez exterior, clara e distinta, qual a de uma pessoa viva, podendo até realizar conversação com os Espíritos, que podem ser agradáveis ou desagradáveis, dependendo do nível do Espírito comunicante.

13. Os médiuns falantes transmitem a mensagem espírita através da fala. Os Espíritos atuam sobre o órgão da fala, como atuam sobre a mão dos médiuns escreventes.

14. Os médiuns videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Alguns a possuem no estado normal, ou seja, acordados, lembrando-se do que viram, outros só a possuem em estado sonambúlico, ou próximo do sonambulismo, que quase sempre é efeito de uma crise passageira. Ver os Espíritos durante o sono resulta de uma espécie de mediunidade, mas não constitui, propriamente falando, o que se chama vidência.

15. Médium sonambúlico é aquele que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe, fora dos limites dos sentidos. Muitos sonâmbulos vêem perfeitamente os Espíritos e os descrevem com precisão, como os médiuns videntes. Podem conversar com eles e transmitir-nos seus pensamentos.

16. Médiuns curadores são aqueles que têm o dom de curar pelo simples toque, olhar ou imposição das mãos, sem o uso de medicação. É a ação do magnetismo animal que produz a cura, mas essa faculdade deve ser classificada como mediunidade porque as pessoas que possuem esse dom não agem sozinhos, mas são auxiliados por Espíritos que se dedicam a essa tarefa.

17. Médiuns pneumatógrafos são os que produzem a escrita direta, sem tocarem no lápis ou no papel. Já os médiuns escreventes ou psicógrafos transmitem a mensagem espiritual utilizando lápis e papel.

18. Falando sobre a psicografia, Kardec diz que, de todos os meios de comunicação, a escrita manual é o mais simples, o mais cômodo e o mais completo. Para esse meio devem tender todos os esforços, porquanto ele permite se estabeleçam com os Espíritos relações continuadas e regulares, como as que existem entre nós, e é por ele que os Espíritos revelam melhor sua natureza e o grau do seu aperfeiçoamento ou de sua inferioridade.

Fonte: O Consolador

Bibliografia:

O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 159, 160, 164, 165, 166, 167 e 172.
O Livro dos Médiuns,
de Kardec, itens 90 e 178.
Nos Domínios da Mediunidade,
de André Luiz, pág. 18.
Mecanismos da Mediunidade
, de André Luiz, pág. 13.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Na Seara Espírita



Na seara espírita onde foste chamado a servir, não critiques os companheiros, mesmo quando estejais a sós com alguém de tua inteira confiança.

Evita fomentar conversações inúteis, promotoras da desunião e da desconfiança.

Se te encontras imbuído do propósito de auxiliar, não apontes erros nos outros.

Não te esqueças que cada um deve colher os frutos de sua própria experiência e não queiras substituí-los no aprendizado que se lhes faz necessário.

Recordando a ti mesmo o quanto já te equivocaste, exercita a paciência e a compreensão para com aqueles que não te escutam os alvitres.

Valorizas os companheiros, destacando-lhes o esforço e a boa vontade nas tarefas que desempenham, sem exigir deles a perfeição que também não podes oferecer.

Não permitas que os assuntos levianos se alastrem no grupo a que pertences, minando-lhes as bases com a infiltração da intriga, que acaba por derrubar as mais sólidas construções de fraternidade.

Quando não tenhas o que conversar, relativamente às tarefas em pauta, antes que o tema descambe para a maledicência, provoque o diálogo em torno de uma das lições da Doutrina, canalizando as tuas idéias para o que seja proveitoso.

Educar a palavra é educar a alma em profundidade.

Se foste chamado a dirigir um grupo de amigos vinculados ao Espiritismo, reflete na responsabilidade de que te encontras transitoriamente investido e procura mantê-los unidos através do teu exemplo.

Não cultives preferências por este ou aquele.

Divide a tua atenção e o teu carinho, por igual, com todos eles.

Aprende a ouvir, para que saibas falar.

Lembra-te de que um dos maiores problemas que Jesus enfrentou, para nos ensinar o seu Evangelho, foi o do relacionamento entre os irmãos que lhe constituíam o colégio apostólico.

Não alimentes aversão por quem pensa diferente de teus pensamentos.

"Quem não é por nós, é contra nós; e quem conosco não ajunta, espalha." Não te arvores em juiz de quem quer que seja.

Os Espíritos Superiores que ditaram a Doutrina a Allan Kardec agitam quase que em completo anonimato, assinando as mais belas páginas apenas como "Um Espírito Familiar", "Espírito Amigo", "Guia Protetor", "João", "Lázaro", "Cáritas", "Simeão"...

Afastemos o personalismo de nossas cogitações.

Não queiramos ser o que sabemos que não somos.

Impessoalizemo-

nos.

Quando não possas concordar com a orientação doutrinária deste ou daquele grupo, que acredita estar no caminho certo, ou quando ainda não consigas entender o posicionamento deste ou daquele companheiro de ideal, que defende firmemente o seu ponto de vista, silencia e espera.

De tua parte, sê sempre aberto ao diálogo, fugindo ao extremismo das idéias.

Se assim o fizeres, certamente errarás menos e colaborarás de forma mais eficiente na construção do Reino de Deus sobre a face da Terra.

Livro: Seara de Luz
Irmão José e Carlos A. Baccelli

Para evoluir




Que nenhuma agressão exterior te perturbe, levando-te à irritação, ao desequilíbrio.

Mantém-te sereno em todas as realizações. A tua paz é moeda arduamente conquistada, que não deves atirar fora por motivos irrelevantes.

Os tesouros reais, de alto valor, são aqueles de ordem íntima, que ninguém toma, jamais se perdem e sempre seguem com a pessoa.

Tua serenidade, tua gema preciosa.

Diante de quem te enganou, traindo a tua confiança e o teu ideal, ou envolvendo-te em malquerença mantém-te sereno.

O enganador é quem deve estar inquieto e não a sua vítima.

Nunca te permitas demonstrar que foste atingido pelo petardo da maldade alheia.

No teu círculo familiar ou social sempre defrontarás com pessoas perturbadas, confusas e agressivas.

Não te desgastes com elas, competindo nas faixas de desequilíbrio em que se fixam.

Constituem teste à tua paciência e serenidade.

Assim, exercita-te com essas situações para, mais seguro, enfrentares os grandes testemunhos e provações do processo evolutivo. Sempre, porém, com serenidade.

Livro: Episódios Diários
Joanna de Ângelis e Divaldo P. Franco

FRATERNIDADE


Abençoar a todos, auxiliando a quantos se aproximam de nós, buscando o socorro fraternal.

Compreender a todos, estendendo a quantos nos procurem o concurso dos braços irmãos.

Ajudar a todos, garantindo aos que se valham de nossa boa vontade a segurança do esclarecimento justo.

Fomos, sim, chamados a entender e servir e, por isso mesmo, urge permanecer no posto do trabalho e da bênção, amparando os outros em nome d'Aquele cujas mãos não cessam de guardar-nos o coração e iluminar-nos o raciocínio, hoje como ontem, agora quanto sempre.

(De "Mais Luz", de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito de Batuíra)


sábado, 20 de junho de 2009

O Prestígio do Chico



O professor Lauro Pastor e sua digna esposa, D. Dayse, e o Professor Pastorino passaram uns dias em Pedro Leopoldo.

Numa tarde, dia de sessão, acompanhados do Chico, dirigiam-se ao LUIZ GONZAGA.

Na rua principal, esquina do Centro, esbarraram com um rapaz embriagado, O Chico, ao vê-lo: — Como vai, meu amigo? Fique com Deus!

— Vai também com Deus, Chico, que eu não sei com quem vou...

Terminada a sessão, o Professor Pastor, sua esposa e o Professor Pastorino, agora desacompanhados do Chico, caminhavam para o Hotel, onde se achavam hospedados, quando vêem o moço, agora bem pior, xingando a todos os que lhe passavam perto.

Receosos de serem molestados, passaram de mansinho, para não serem percebidos. Mas foram por ele vistos e reconhecidos.

E, ante a surpresa dos que o rodeavam, do Professor Pastorino e do próprio casal, o moço ébrio fez um grande gesto para abrir caminho e exclamou bem alto:

— Abram alas, companheiros. Deixem estes passar, isto é gente do Chico!

Livro: Lindos casos de Chico Xavier

sexta-feira, 19 de junho de 2009

FILHOS PRÓDIGOS


"E caindo em si, disse: Quando jornaleiros

de meu pai têm abundância de pão , e eu

aqui pereço de fome!" - Lucas 15:17

Examinando-se a figura do filho pródigo, toda gente idealiza um homem rico, dissipando possibilidades materiais nos festins do mundo.

O quadro, todavia, deve ser ampliado, abrangendo as modalidades diferentes.

Os filhos pródigos não respiram somente onde se encontra o dinheiro em abundância. Acomodam-se em todos os campos da atividade humana, resvalando de posições diversas.

Grandes cientistas da Terra são perdulários da inteligência, destilando venenos intelectuais, indignos das concessões de que foram aquinhoados. Artistas preciosos gastam, por vezes, inutilmente, a imaginação e a sensibilidade, através de aventuras mesquinhas, caindo, afinal, nos desvãos do relaxamento e do crime.

Em toda parte, vemos os dissipadores de bens, de saber, de tempo, de saúde, de oportunidades...

São eles que, contemplando os corações simples e humildes, em marcha para Deus, possuídos de verdadeira confiança, experimentam a enorme angústia de inutilidade e, distantes da paz íntima, exclamam desalentados:

- "Quantos trabalhadores pequeninos guardam o pão da tranquilidade, enquanto a fome de paz me tortura o espírito!"

O mundo permanece repleto de filhos pródigos e, de hora a hora,

milhares de vozes proferem aflitivas exclamações iguais a esta.


(De "Pão Nosso", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

Filosofia da dor


Quantas enfermidades pomposamente batizadas pela ciência médica não passam de estados vibratórios da mente em desequilíbrio? (Vinha de Luz)

*

A agonia prolongada pode ter finalidade preciosa para a alma e a moléstia incurável pode ser um bem, como a única válvula de escoamento das imperfeições do Espírito em marcha para a sublime aquisição de seus patrimônios da vida imortal. (Consolador)

*

Em muitas ocasiões, a contrariedade amarga é aviso benéfico e a doença é recurso de salvação. (Vinha de Luz)

*

Se te encontras atado ao leito, incapaz de mobilizar as próprias energias, em benefício de ti mesmo, recorda que, por vezes, a lição da enfermidade deve ser mais longa, a favor de nossa grande libertação no futuro. (Reformador - 02/1953)

*

O amor equilibra, a dor restaura. É por isso que ouvimos muitas vezes: Nunca teria acreditado em Deus se não houvesse sofrido. (Caminho, Verdade e Vida)

*

Ninguém passará ileso nos caminhos do mundo.

As pedras da incompreensão e da dor, no ambiente comum da existência carnal, chovem sobre todos. (Reformador - 10/1952)

*

A lei das provas é uma das maiores instituições universais para a distribuição dos benefícios divinos. (Consolador)

*

Um guia espiritual pode ser um bom amigo, mas nunca poderá desempenhar os vossos deveres próprios, nem vos arrancar das provas e das experiências imprescindíveis à vossa iluminação. (Consolador)

*

O sofrimento de muitos homens, na essência, é muito semelhante ao do menino que perdeu seus brinquedos. (Caminho, Verdade e Vida)

*

As enfermidades congênitas nada mais são que reflexos da posição infeliz a que nos conduzimos no pretérito próximo. (Pensamento e Vida)

*

O sofrimento é a forja purificadora, onde perdemos o peso das paixões inferiores, a fim de nos alçarmos à vida mais alta... Quase sempre é na câmara escura da adversidade que percebemos os raios da Inspiração Divina, porque a saciedade terrestre costuma anestesiar-nos o espírito. (Ave, Cristo!)

(De "Palavras de Emmanuel", de Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 16 de junho de 2009

Atire a primeira pedra




ATIRE A PRIMEIRA PEDRA
-André Luiz -


Sempre é forçoso muito cuidado
no trato com os problemas afetivos dos outros,
porque muitas vezes os outros, nem de leve,
pensam naquilo que possamos pensar.

Os Espíritos adultos sabem que,
por enquanto, na Terra, ninguém pode,
em sã consciência, traçar a fronteira entre
normalidade e anormalidade, nas questões afetivas

Os pregadores de moral rigorista,
em assuntos de amor, raramente não caem
nas situações que condenam.
Toda pessoa que lesa outra,
nos compromissos do coração,
está fatalmente lesando a si própria.

Respeite as ligações e as separações,
entre as pessoas de seu mundo particular,
sem estranheza ou censura,
de vez que você não lhes conhece as razões
e processos de origem.

As suas necessidades de alma, na essência,
são muito diversas das necessidades alheia.
No que tange a sofrimentos do amor,
só Deus sabe onde estão a queda ou a vitória.

Jamais brinque com os sentimentos do próximo.
Não assuma deveres afetivos
que você não possa ou não queira sustentar.
Amor, em sua existência,
será aquilo que você fizer dele.

Você receberá, de retorno,
tudo o que der aos outros,
segundo a lei que nos rege os destinos.

Ante os erros do amor,
se você nunca errou por emoção,
imaginação, intenção ou ação,
atire a primeira pedra,
conforme recomenda Jesus.






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Autor Espiritual: André Luiz
Psicografada por Chico Xavier
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domingo, 14 de junho de 2009

ESCOLHA


...o mal, muitas vezes transforma-se em paz e luz naqueles que o recebem e, invariavelmente, é sempre treva e dor naqueles que o praticam...

Chamados e escolhidos não constituem expressões que se ajustam unicamente ao quadro das revelações vertidas do Céu para a Terra.

Observemo-las no campo da experiência comum, de vez que toda criatura é escolhida para expressar os elementos chamados por ela mesma a substancializar o centro da própria vida.

Quem coleciona labaredas da tentação é escolhido para inflamar o incêndio da angústia.

Quem busca espinhos da estrada é escolhido para guardar o espinheiro no coração.

Quem anota desapontamentos e amarguras é escolhido para capitanear o desânimo.

Quem se esforça por estudar e aprender, é escolhido para guardar o conhecimento superior e transmiti-lo aos semelhantes.

Quem se esmera no cumprimento das próprias obrigações, é escolhido para representar a força do progresso.

Quem busca estender as flores da bondade é escolhido para colher os frutos da simpatia.

Serve à fraternidade e refletir-lhe-á a glória imperecível.

Exalta a fé pura e conver-te-ás em base de confiança.

Teus mais íntimos pensamentos são imãs vigorosos trazendo-te ao roteiro as forças que procuras.

Não te detenhas na tristeza que te angariará desencanto, nem te confines à revolta que te imergirá o coração nas correntes da indisciplina.

Esquece todo o mal para que o bem te enobreça o caminho.

Não olvides que o tempo infatigável dar-nos-á, hoje e sempre, o lugar que nos é próprio, porque a vida escolher-nos-á para a treva ou para a luz, segundo a nossa própria escolha.

(De "Irmão", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Ser Feliz

Em prece


Senhor, Jesus.

Com a nossa jubilosa gratidão pela assistência de todos os minutos - humildes servos daqueles servidores que te sabem realmente servir - , aqui te ofertamos o nosso louvor singelo, a que se aliam as nossas súplicas incessantes.

No campo de atividade em que nos situas, por acréscimo de confiança e misericórdia, faze-nos sentir que todos os patrimônios da vida te pertencem, a fim de que a ilusão não nos ensombre o roteiro.

Mostra-nos, senhor, que nada possuímos além das nossas necessidades de regeneração, para que aprendamos a cooperar contigo, em nosso próprio favor.

E, na ação a que nos convocas, ilumina-nos o passo para que não estejamos distraídos.

Que a nossa humildade não seja orgulho.

Que o nosso amor não seja egoísmo.

Que a nossa fé não seja discórdia.

Que a nossa justiça não seja violência.

Que a nossa coragem não seja temeridade.

Que a nossa segurança não seja preguiça.

Que a nossa simplicidade não seja aparência.

Que a nossa caridade não seja interesse.

Que a nossa paz não seja frio enregelante.

Que a nossa verdade não seja fogo destruidor.

Em torno de nós, Mestre, alonga-se, infinito, o campo do bem, a tua gloriosa vinha de luz, em que te consagras com os homens, pelos homens e para os homens à construção do reino de Deus.

Dá-nos o privilégio de lutar e sofrer em tua causa e ensina-nos a conquistar, pelo suor da cada dia, o dom da fidelidade, com o qual estejamos em comunhão contigo em todos os momentos de nossa vida.

Assim seja.

Emmanuel

(De "Vozes do grande Além", de Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos)

domingo, 7 de junho de 2009

Os Trabalhos espirituais da Casa Espírita


Os Trabalhos espirituais da Casa Espírita, exigem comportamento digno dos tarefeiros!
É muito importante, que nós espíritas, estejamos cientes da importância da nossa participação no equilíbrio fluídico da instituição que freqüentamos. Pois, as atividades espirituais que ali são realizadas, muito dependem da nossa participação efetiva com disposição, boa vontade, preparo e trabalho incessante no aperfeiçoamento individual e coletivo, para que alcancemos êxito e mereçamos cada vez mais a companhia e confiança do mundo espiritual.

Incontáveis são as instruções que os Espíritos Superiores nos transmitem, nas diversas obras espíritas com a finalidade de nos ajudar a crescer, amar e servir, sempre mais e melhor, e, dentre elas, trazemos as instruções do querido Benfeitor Adolfo Bezerra de Menezes que abaixo transcrevemos.

Bezerra fala sobre o Ambiente do Centro Espírita

“Um Centro Espírita onde as vibrações dos seus freqüentadores, encarnados ou desencarnados, irradiem de mentes respeitosas, de corações fervorosos, de aspirações elevadas; onde a palavra emitida jamais se desloque para futilidades e depreciações; onde, em vez do gargalhar divertido, se pratique a prece; em vez do estrépito de aclamações e louvores indébitos se emitam forças telepáticas à procura de inspirações felizes; e ainda onde, em vez de cerimônias ou passa-tempos mundanos, cogite o adepto da comunhão mental com os seus mortos amados ou os seus guias espirituais, um Centro assim, fiel observador dos dispositivos recomendados de início pelos organizadores da filosofia espírita, será detentos da confiança da Espiritualidade esclarecida, a qual o levará à dependência de organizações modelares do Espaço, realizando-se então, em seus recintos, sublimes empreendimentos, que honrarão os seus dirigentes dos dois planos da Vida. Somente esses, portanto, serão registrados no Além-Túmulo como casas beneficentes, ou templos do Amor e da Fraternidade, abalizados para as melindrosas experiências espíritas, porque os demais, ou seja aqueles que se desviam para normas ou práticas extravagantes ou inapropriadas, serão, no Espaço, considerados meros clubes onde se aglomeram aprendizes do Espiritismo em horas de lazer”. 1

Assim sendo, precisamos ter os devidos cuidados com as vibrações que disseminamos pelos diversos ambientes da nossa Casa Espírita, procurando participar com alegria e dignidade dos trabalhos realizados sob a inspiração e comando dos Amigos do invisível, mantendo o desejado equilíbrio emocional, cedendo nossos melhores fluidos, tornando-nos instrumentos úteis aos variados e delicados trabalhos que ali se processam.

Seja na tarefa da mediunidade de cura dos enfermos que buscam o auxílio espiritual das casas espíritas para suas enfermidades, seja na tarefa de conversar com as entidades desencarnadas sofredoras, ou ainda na sublime oportunidade de falar da consoladora mensagem espírita através da oratória, precisamos demonstrar principalmente, preparo e fé para estarmos aptos a captar e transmitir pela inspiração que nos serão dadas pelos instrutores espirituais os melhores recursos para a eficácia da tarefa a nós confiadas.

Precisamos ouvir a advertência dos Emissários Celestes da espiritualidade esclarecida que nos recomendam, o máximo respeito nas assembléias espíritas, onde jamais deverão penetrar a frivolidade e a indisciplina, a maledicência a intriga, o comércio, o barulho e as atitudes menos dignas de qualquer jaez.

Quando não procedemos conforme nos instruem os Celestes Emissários, estamos nos sujeitando a atrair para tais atividades, e, portanto, para a nossa instituição bandos de entidades hostis, malfeitoras e ignorantes do invisível, que virão interferir de forma negativa nos trabalhos ali realizados, pois, os Espíritos Benfeitores não participam de atividades frívolas nem de ambientes incompatíveis com a prática da verdadeira caridade.

1) Do Livro “Dramas da Obsessão”, de Bezerra de Menezes, psicografado por Ivone A. Pereira - Editado pela FEB .
Francisco Rebouças
Publicado no Recanto das Letras em 08/08/2008
Código do texto: T1119627

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Dia Internacional contra a Agressão Infantil




Meus irmãos fraternos, estava visitando o blog Quisoque Azul e adorei a iniciativa do seu autor em postar sobre o Dia Internacional contra a agressão infantil, abaixo transcrevo um pedacinho da postagem e convido meus irmãos fraternos para visitarem o referido blog e concluir a leitura lá, tenho certeza que vocês irão fazer uma linda viagem de amor e fraternidade no blog Quiosque Azul, muita paz para todos!

A violência contra a criança é um assunto que desperta o interesse da sociedade que busca entender as razões de tal abuso. Há muitos tabus, falsas crenças e mitos sobre esse tema, como achar que a violência contra a criança atinge apenas as classes pouco favorecidas socioeconomicamente ou que se trata de um assunto novo. A história, contudo, prova o contrário.

Compadece-te daqueles que mais amas


"Compadece-te daqueles que mais amas".

Entretanto, o apelo não pode ser outro naquilo que pretendemos dizer, porquanto, no Plano Físico, não raro, externamos a capacidade afetiva com enorme peso de autoridade.

Compadece-te de teus pais no mundo.

Nem sempre pairam eles na altura espiritual que desejas. Doaram-te, no entanto, o corpo em que vives. Protegeram-te carinhosamente na infância.

E se não puderam sustentar a harmonia recíproca ou se foram defrontados por lutas e conflitos que se viram incapazes de sobrestar, ama-os, mesmo assim, fora de exigências e criticas, porque também eles se acham a caminho de Entendimento Maior.

Compadece-te de teus filhos.

Se não conseguiram abraçar experiências ás tuas ou se não dispõem de recursos para te concretizarem os planos de família é que carregam no mundo encargos diferentes. Ama-os na estrutura espiritual com que te vieram aos braços, conforme as induções das Leis Divinas e liberta-os de qualquer cativeiro afetivo, conquanto auxiliando-os tanto quanto se te faça possível, para que se realizem nas tarefas que trouxeram de novo há existência.

Compadece-te dos familiares e dos amigos.

Embora te respeitem e te estimem, no curso de muitas ocasiões, encontram empeços e tribulações que desconheces. E, em muitos casos, precisam de tua paz a fim de que se entrosem no campo de determinadas obrigações.

Compadece-te dos corações queridos a que te vinculas.

Apesar do imenso afeto que te consagram, em certos lances da estrada humana, são eles chamados a resgates e provas, por vezes difíceis, e de que nem sempre se desvencilham senão com largas coberturas de trabalho e de tempo.

Amar é servir, compreender, auxiliar, abençoar, libertar...

Que o teu amor seja paz e vida, alegria e esperança naqueles a quem ofertas dedicação e carinho.

Não te permitas entravar os passos dos entes queridos com grilhões psicológicos, porque toda afeição possessiva é sinônimo de sofrimento.

Ama e obterás a benção do amor.

Compreende e colherás compreensão.

E se em teu devotamento surgirem crises de apreensão e medo, perante as lutas dos seres amados, procura esquecer receios e inquietações, amparando a cada um, na fonte viva da prece, a recordar, antes de tudo, que eles e nós pertencemos a Deus.

Emmanuel

(De "Busca e acharás", de Francisco Cândido Xavier, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz)

CONSERVA-TE EM HARMONIA


Vês esboroarem-se as antigas construções dominadoras, ao sopro do vendaval que varre a Terra.

Acompanhas a decadência dos valores éticos de alta magnitude, sob o terremoto da alucinação que se estabelece.

Assistes a volúpia do prazer descabido, em nome dos novos rumos que a sociedade se impõe.

Observas a delinqüência em crescendo, sem aparente próxima solução em pauta.

São tantos os abusos e tais aberrações, que te percebes estranho no contexto social hodierno, sentindo-te deslocado no lar, no trabalho, onde te apresentas.

Como efeito, a depressão te ameaça, o medo te assusta, os conflitos te perturbam.

Indagas, aturdido:- "Como será o futuro? Que conduta deverei assumir nestas graves circunstâncias?''

Tem calma! Harmoniza-te com o bem e aguarda.

Banhado pela fé, nada te deve perturbar.

Sustentado pela ação da caridade, que distribuas, não te desesperes.

A tua tarefa de crescimento para Deus, realizá-la-ás.

*

Joana de Cusa demonstrou sua fé, no momento do martírio, permanecendo tranqüila até o fim.

João Huss, igualmente na fogueira, compadecendo-se dos sicários que o escarneciam.

Joanna D' Arc, entre as labaredas, manteve-se harmonizada e perdoou seus algozes.

Giordano Bruno, também imolado pelo mesmo processo, ficou sereno.

Sempre houve períodos de loucura na Terra.

De quando em quando, a transição da humanidade faculta a eclosão das paixões dissolventes e alucinadas.

*

Estes são dias graves. Conduza-te com robustez, apoiado no Evangelho de Jesus, seguindo confiante.

Não te aturda a balbúrdia dos enfermos-sorridentes, dos embriagados-jubilosos, dos intoxicados-zombeteiros.

Foste conduzido a esta situação, a fim de contribuíres para a melhoria das criaturas.

O médico é útil quando surge a enfermidade, ou antes, gerando condições que possam evitar o mal. Quando já instalada a doença, a terapia corresponderá ao seu grau de gravidade.

O mestre faz-se valioso diante da ignorância do aprendiz.

O cristão é fortaleza de segurança e apoio em favor dos que necessitam de ajuda.

*

Jesus sempre esteve a braços com homens e situações, de certo modo, semelhantes a estes que enfrentas.

Foi nesse clima que Ele demonstrou a Sua grandeza, permanecendo em harmonia com os objetivos a que se entregou, sem perturbar-se, nem tergiversar em momento algum.

Assim, conserva-te em harmonia.

(Do livro "Desperte e seja feliz", de Divaldo Pereira Franco - Joanna de Ângelis)