domingo, 13 de setembro de 2009

O PROGRESSO (5)


A presunção humana tem desejado estabelecer leis em torno da vida, sem a grave preocupação de compreender as leis da vida, já estabelecidas. Toda vez que alguma delas lhe escapa, quando o homem é ingênuo, transfere-a para o sobrenatural, e, quando orgulhoso, para precipitadas explicações niilistas, sem vitalidade no fundo e na forma.

A documentação religiosa sobre o espírito, através dos tempos, se fundamenta, invariavelmente, na revelação e no dogma.

Em todas as épocas, porém, os fenômenos anímicos interessaram aos construtores dos povos e aos pensadores éticos, afirmando esses fenômenos a perenidade do princípio espiritual. Muitas civilizações levantaram as linhas éticas da sua cultura no intercâmbio com os mortos, sempre interessados na libertação dos vivos.

Embora o Oriente, com o passar do tempo, haja continuado a cultivar o antigo patrimônio das revelações imortalistas, o Ocidente, após a desvitalização do Cristianismo, deixou-se dominar pela imposição do dogma da fé, que estabelece, de imediato, a aceitação pura e simples da vida espiritual sem qualquer exame nem discussão dos termos, gerando nos tempos modernos a negação sistemática e proposital da sobrevivência do espírito...

Com o advento do Espiritismo, porém, e posteriormente com o nascimento e crescimento das Ciências Psíquicas, valioso material foi acumulado a serviço da imortalidade da alma, restabelecendo-se em consequência a pureza dos princípios cristãos, neles fundamentados, e imediatamente estruturando-se novas diretrizes para a cultura e a ética do presente como do futuro da Humanidade, conforme os postulados espíritas.

Ao Espiritismo, por isso mesmo, competem responsabilidades muito elevadas, quais as de restabelecer a pureza da Doutrina de Jesus, atualizando-a e utilizando métodos compatíveis com os engenhos tecnológicos do momento e as modernas formulações filosóficas, para que o homem possa integrar-se realmente nos objetivos superiores da vida, elaborando de logo para ele mesmo e para a posteridade as estruturas de uma ética otimista e espiritualista ao mesmo tempo, nas quais a construção do mundo imediato, tenha em vista as realidades da vida mediata, para cujos portos todos rumarão, inapelavelmente, já que a erra é oficina e educandário temporários de evolução para o ser que avança no rumo da perfectibilidade.

Todos os aparentes paradoxos do progresso, na atualidade, na sua faina de construir os padrões da vida e elevá-los, são parte da paisagem do futuro, no qual uma humanidade mais feliz e melhor será constituída de homens que se amem verdadeiramente como irmãos, sob a égide de Jesus, o Mestre por Excelência, cientes e conscientes todos de Deus, o Excelso Pai.

O Progresso! Convidados ao ingente labor da vida, ofereçamos a contribuição do nosso esforço otimista e da nossa civilização da verdade conforme a haurimos no Evangelho de Jesus e na Revelação dos Imortais, através da nossa oferta pessoal de amor e trabalho em prol da felicidade de todas as criaturas.

(Paris-França, em 9 de agosto de 1970)

Léon Denis

(De "Sol de Esperança", de Divaldo P. Franco - Diversos Espíritos)

Um comentário:

Norma Villares disse...

Retribuindo a visita. Obrigada. Abraços (publique seu blog, pois está difícil encontrá-lo)