segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Sobre o Carnaval


Nenhum espírito equilibrado em face do bom senso, que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada que adormece as consciências, nas festas carnavalescas.
É lamentável que, na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhe as belezas e os objetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa natureza entre as sociedades que se pavoneiam com o título de civilização. Enquanto os trabalhos e as dores abençoadas, geralmente incompreendidos pelos homens, lhes burilam o caráter e os sentimentos, prodigalizando-lhes os benefícios inapreciáveis do progresso espiritual, a licenciosidade desses dias prejudiciais opera, nas almas indecisas e necessitadas do amparo moral dos outros espíritos mais esclarecidos, a revivescência de animalidades que só os longos aprendizados fazem desaparecer.
Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo acesso das forças da treva nos corações e, às vezes, toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de esquecimento do dever.
Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidade e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem e se intensifiquem o olvido de obrigações sagradas por parte das almas cuja evolução depende do cumprimento austero dos deveres sociais e divinos.
Ação altamente meritória seria a de empregar todas as verbas consumidas em semelhantes festejos, na assistência social aos necessitados de um pão e de um carinho.
Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. Por que protelar essa ação necessária das forças conjuntas dos que se preocupam com os problemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo na migalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos que choram e sofrem? Que os nossos irmãos espíritas compreendam semelhantes objetivos de nossas despretenciosas opiniões, colaborando conosco, dentro das suas possibilidades, para que possamos reconstruir e reedificar os costumes para o bem de todas as almas.
É incontestável que a sociedade pode, com o seu livre-arbítrio coletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas, enquanto houver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de sua grandeza, ela só poderá fornecer com isso um eloqüente atestado de sua miséria moral.


Fonte: Revista Internacional de Espiritismo, Janeiro de 2001

Emmanuel e Francisco Cândido Xavier

4 comentários:

Anônimo disse...

Também concordo, mas parece que apenas as religiões estão mostrando estes desvarios.
Em um segundo perde-se uma vida, desde que some-se álcol e direcão, só para citar um exemplo.
Beijos

Adriana disse...

Ei, Baby! Olha só, acabei de colocar esse texto no meu blog também! Hahahaha... E agora venho aqui e vejo que vc pensou igual a mim! Muito legal, amiga! ;-)

Beijos!!!

Anônimo disse...

Dri, muito legal mesmo e eu li os outros textos q vc postou, foi aí q tive a idéia de por este, pq era diferente dos q vc postou hahahahaaha, mas tudo bem neh?? assim mais pessoas refletirão sobre o assunto, beijos fraternos.

Jeane linda, isso mesmom vc esta certa, beijoss

Adriana disse...

Babyzinha!!!

Passa lá no "espírita" e vê o presentinho que deixei pra vc, tenho certeza que vc vai gostar. Esse é mesmo de coração... rsrsrs...

Beijos!!! =)