Kardec é recebido no Centro Espírita de Broteaox, em 19 de setembro de 1860, o único existente em Lyon. À porta esperam-no Dijou e sua esposa, que além da mediunidade psicofônica realiza um grande trabalho junto aos enfermos. Em 1862 Kardec retorna e vai a mais de 20 cidades verificando o aumento de centros espíritas e de pessoas interessadas na filosofia espírita – no início são algumas centenas e após dois anos surpreso nota que esses números aumentaram de 25 para 30 mil.
As reuniões em Lyon e Bordeaox chegam a freqüência de até 200 pessoas por vez.
Feliz e acrescenta que o mais importante era a seriedade, o estudo constante do lado filosófico-moral e instrutivo, jamais a prática mediúnica e sim espírita pela leitura posta em prática. É ainda nessa belíssima obra – Viagem Espírita em 1862 – que Allan Kardec coloca o valor da orientação às crianças – Evangelização Infantil.
No O Livro dos Médiuns, cap. 29, comentando sobre Reuniões Instrutivas, itens 328 e 329, é colocado a importância do estudo: “(...) não apenas do ensino moral, mas também o estudo dos fatos”. Kardec relembra também o perigo que podem sofrer os médiuns, obsessão simples, fascinação e subjugação, se não tiveram conhecimento de como os fatos ocorrem.
A importância da reciclagem periódica com pessoas “desinteressadas e bondosas”. Como evitar orientações distorcidas? Observar o conteúdo das palavras fazendo paralelo com a Doutrina Espírita.
Erasto, discípulo de Paulo, nos alerta no que querem aconselhar pregando a divisão e o isolamento, cuidado também com as orientações particulares.
Em 1860 chega ao Brasil o Espiritismo. O primeiro Centro Espírita, no país, é fundado em Salvador – Bahia, a 17 de setembro de 1865, por Olímpio Teles de Menezes. Desde essa época seu crescimento foi muito rápido e muito atuante em todo o território nacional.
Herculano Pires, em seu livro O Centro Espírita, coloca esse parágrafo muito importante: “Se os espíritas soubessem o que é o Centro Espírita, quais são as suas funções e sua significação o Espiritismo seria hoje o mais importante movimento cultural e espiritual da Terra.”
A base é o estudo da Codificação para aprimoramento dos médiuns e trabalhadores em geral.
O uso da mediunidade em favor dos espíritos necessitados é de grande importância, mas e os que não possuem a mediunidade dinâmica?
O próprio Herculano, tão entusiasta e estudioso da mediunidade abre possibilidades falando da mediunidade estática. Citamos Kardec na Viagem Espírita em que visitou um Centro na cidade de Cette onde praticamente não havia médiuns ativos, dinâmicos, pois sabemos que Allan Kardec, no capítulo 31 de O Livro dos Médiuns, item 10 afirma: “Todos os homens são médiuns.”(citação do espírito Channing)
André Luiz também diz o mesmo. Quantas tarefas de amor podemos desenvolver através da percepção – inspiração, pela ligação constante com o plano espiritual quando nos dedicamos em amar, compreender e servir nosso próximo.
À medida que evoluímos, evolui a nossa mediunidade também.
Dr. Jorge Andréa em seu livro Dinâmica Psi coloca que da mediunidade de incorporação e inconsciente passaremos a semiconsciente, consciente e intuitiva. “Emmanuel – Dissertações Mediúnicas, pág. 49, escrito em 1937, coloca o seguinte parágrafo: ‘(...) desenvolvendo suas capacidades espirituais, poderá com seu esforço certificando-se das sublimes verdades do mundo invisível, sem o concurso de quaisquer intermediários’.”
Esse é o processo evolutivo da mediunidade, para consegui-lo é necessário o estudo unido à compreensão, a caridade e o amor aos nossos irmãos em Humanidade.
Ana Gaspar
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