terça-feira, 7 de julho de 2009

HEREDITARIEDADE MORAL - 2ª PARTE



Por isso os filhos revelam suas próprias características, eminentemente pessoais, sua maneira de ser, não raro em oposição ao lugar em que vivem e aos estímulos que recebem.

A melhor demonstração disso está no próprio lar.

Numa família de cinco filhos, com os mesmos pais, o mesmo ambiente, os mesmos cuidados, sob as mesmas condições, são todos diferentes entre si, como os dedos da mão.

Há um carinhoso; outro que é muito agressivo.

Há o que não gosta de mentir; outro que se destaca por ser amigo do engodo.

Há o fascinado por sons estridentes; outro que prefere música suave.

Há o ávido por aventuras amorosas; outro extremamente comedido no relacionamento afetivo.

Entre pais e filhos, a mesma antítese.

Exemplo marcante: Marco Aurélio e Cômodo.

Marco Aurélio, o mais virtuoso e sábio dos imperadores romanos, imortalizado por seu amor à filosofia e às letras.

Cômodo, seu filho, teria passado anônimo pela História, não fora o lamentável destaque para sua crueldade e devassidão.

A moral, portanto é a carteira de identidade do Espírito, dando-nos conta de que ele é filho de si mesmo, de seus patrimônios íntimos, de suas experiências pretéritas, revelando-nos o estágio de evolução em que se encontra.

***

Noutro dia, referindo-se a uma família onde pais e filhos têm comportamento imoral, sempre dispostos a lesar o semelhante, um amigo comentava:

- É tudo farinha do mesmo saco.

Realmente, isto pode acontecer, não por herança moral ou mera influência ambiente, mas por afinidade.

Uma família de bandidos é constituída por Espíritos que tem essa tendência.

Uma família de gente honesta e digna integra Espíritos do mesmo porte.

Há, ainda, a "ovelha negra", um filho degenerado, de comportamento inconsequente e vicioso, no seio de uma família ajustada. Espírito atrasado que foi acolhido com o propósito de ser ajudado em seu aprendizado.

O inverso também acontece: uma "ovelha branca" entre marginais. Espírito evoluído numa tarefa sacrificial em favor dos familiares.

***

Continua....

(De "Quem tem medo dos Espíritos?", de Richard Simonetti)

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