A mediunidade de cura é uma das mais nobres em função no Espiritismo, porque ela verdadeiramente consola; no entanto, precisa ser exercida com a força da educação, instruindo o paciente para "não pecar mais", como se refere o Evangelho de Jesus.
O médium curador é dotado de bênção consoladora, porém, é necessário que se lembre da vida de Jesus, que curava o enfermo, instruindo-o acerca de como viver, ensinando o Evangelho, de modo que respeitasse os outros como também a vida, observando as leis naturais que regulamentam toda a criação.
Debelar um mal é coisa divina que o medianeiro deve fazer com alegria, senão amor, nas linhas da caridade, sem se esquecer de valorizar a disciplina, psicologicamente entendendo as reações do doente e a índole que marca seus impulsos. E, com urgência, acudi-lo nas suas necessidades de corrigir alguns dos seus defeitos, como violência, ingratidão, melancolia, ódio, mágoa e outras tantas forças negativas, base da infelicidade da alma. Deve o medianeiro negar o inconveniente, destacando o elevado do modo pelo qual ensina Jesus.
Curar não é somente extinguir doenças, mas sim as enfermidades morais, que exigem muito mais urgência que a dor física, e que nascem nos pensamentos e nas palavras condicionadas na própria vida. E o médium deve ser o primeiro a ter uma vida reta no pensar, no falar e no viver, que esse seu esforço não ficará em vão. Companhias invisíveis o ajudarão na conquista desse amor e da caridade, para que a benevolência não se separe dos seus sentimentos.
Ao conversar com o seu irmão, poderá enviar-lhe forças curativas, pela disposição de intimidade a intimidade, envolvidas no amor. Não se esqueça do sorriso, que a força de Deus entregará o seu coração para os corações que sofrem. Trate do doente, e em seguida adestre seus sentimentos nas qualidades de luz que o Mestre nos ensinou.
Para tanto, amplie seu arsenal do saber através do Espiritismo, da Codificação que Allan Kardec nos entregou pelas vias da boa vontade, atendendo a quem busca o aprendizado, atendendo a lei que nos revela que "quem busca acha", "quem procura encontra", a "quem bate à porta do saber, ela se lhe abrirá pela torça da verdade". Quem trabalhar para a cura dos enfermos, estará curando a si mesmo; tudo aquilo que semeamos colheremos na lavoura da vida universal. Um copo de água potável que se oferta ao sedento é medicamento divino, quando o amor acompanha o gesto nas fibras mais íntimas da sua composição.
O médium tem inúmeros ensejos de fazer o bem, a todos os minutos, por onde passa, e quando entra em ação orando, pode ser médico da alma, enviando suas vibrações de harmonia para os que sofrem de todos os males. Não se deve curar sem abrir as portas para a instrução, doando ao enfermo pelo menos uma palavra de amor e caridade, tranqüilizando a consciência daquele que padece, ou ofertando um pão a quem tem fome, roupa ao nu, e um sorriso aos tristes, que ajuda a cortar pela raiz o crescimento da melancolia, espraiando o contentamento a todos que encontrar a caminho.
A mediunidade à luz da Doutrina Espírita é força de Deus imantada de carinho, na estrada da fraternidade. Seja um dos impulsos dessa luz, que nunca deve se apagar no coração do discípulo de Jesus. Repreenda todo o mal, com o exemplo do bem, porque existe um remédio para todos os males, o amor. Ame, que será feliz.
(De "Plenitude mediúnica", de João Nunes Maia, pelo Espírito Miramez)
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