Um dos mais belos gestos humanos é a caridade.
Doar, socorrer e auxiliar são virtudes que fazem suscitar alegria e reconforto por onde quer que passem.
Gestos que engrandecem e embelezam a alma de quem os pratica com sinceridade, levam esperança e fé aos corações aparentemente infelizes e que a necessidade da provação experimenta e burila rijamente...
No entanto, como iniciantes até mesmo na arte de expressar sensações e sentimentos, não raro inutilizamos qualquer iniciativa fraterna por não saber ou não possuir, para o momento, a sensibilidade necessária na escolha correta de posturas e palavras, de modo a ajudar sem ferir, de orientar sem espezinhar e de doar sem humilhar.
Piedade não será exclamar interjeições a esmo, por mais piedosas, qual estivéssemos situados em segura e inabordável redoma, mas será colocarmo-nos sempre no lugar daquele que nos recolhe a dádiva, para que a nossa iniciativa no campo da caridade fale ao coração do beneficiado qual brisa renovadora, deixando nele a certeza de que Deus não se ausenta jamais de
seus filhos, socorrendo-os amorosamente, sempre que possível, através dos outros filhos.
Diz André Luiz, na mensagem da semana, que "piedade é caridade e caridade é amor."
E amor, por mais bem intencionado, se faz mal pode ser tudo, menos amor...
Piedade, na maior parte dos modos com que nos acostumamos a cultivá-la,
exige revisão.
Usamo-la, por vezes, como se desenrolássemos a frase em forma de chibata, vergastando a quem nos aguarda o consolo ou qual se entregássemos a moeda beneficente aquecida em ponto de brasa, queimando as mãos que a recebem.
"Graças a Deus, nunca sofri penúria", dizemos, de escantilhão, a companheiros que esmolam socorro material, dando a entender que Deus lhes seria perseguidor e não Pai.
"Dou sempre o que posso, embora saiba que há malandros em toda parte", proclamamos com altivez diante do irmão que nos solicita o concurso, esquecidos de que assim falando estamos a situá-lo nos meandros de vadiagem.
Visitamos uma viúva e perguntamos de chofre se o marido desencarnado lhe deixou montepio, indiferentes à dor da mulher que se vê solitária, aspirando recolher palavras de fé ao invés de comentários sobre dinheiro. Em algumas ocasiões, ingressamos num hospital a título de fazer assistência e levamos lenço ao nariz ou recuamos perante o doente que a enfermidade carcome, sem considerar a posição vexatória com que lhe rebaixamos os sentimentos.
Piedade não é alguém supor reconfortar a outro alguém, ilhando-se em virtude hipotética. Em muitos casos, a compaixão que deitamos assemelha-se à soda cáustica: branca na aplicação e corrosiva no efeito. A golpes de orgulho presumimos animar e desencorajamos, cremos suprir dificuldades e agravamos problemas, por ausência de tato e delicadeza. Piedade é caridade e caridade é amor.
O amor coloca-se na posição dos que sofrem para servir.
Imaginemo-nos na luta dos outros e reflitamos na maneira ideal com que estimaríamos recolher-lhes o auxílio. Não raro, os que se encontram nas sombras da provação não mais precisam de nossas dádivas, nem de nossas meras palavras; esperam tão-somente por nosso coração com a ansiedade e o enternecimento de quem aguarda uma luz...
Doar, socorrer e auxiliar são virtudes que fazem suscitar alegria e reconforto por onde quer que passem.
Gestos que engrandecem e embelezam a alma de quem os pratica com sinceridade, levam esperança e fé aos corações aparentemente infelizes e que a necessidade da provação experimenta e burila rijamente...
No entanto, como iniciantes até mesmo na arte de expressar sensações e sentimentos, não raro inutilizamos qualquer iniciativa fraterna por não saber ou não possuir, para o momento, a sensibilidade necessária na escolha correta de posturas e palavras, de modo a ajudar sem ferir, de orientar sem espezinhar e de doar sem humilhar.
Piedade não será exclamar interjeições a esmo, por mais piedosas, qual estivéssemos situados em segura e inabordável redoma, mas será colocarmo-nos sempre no lugar daquele que nos recolhe a dádiva, para que a nossa iniciativa no campo da caridade fale ao coração do beneficiado qual brisa renovadora, deixando nele a certeza de que Deus não se ausenta jamais de
seus filhos, socorrendo-os amorosamente, sempre que possível, através dos outros filhos.
Diz André Luiz, na mensagem da semana, que "piedade é caridade e caridade é amor."
E amor, por mais bem intencionado, se faz mal pode ser tudo, menos amor...
Piedade, na maior parte dos modos com que nos acostumamos a cultivá-la,
exige revisão.
Usamo-la, por vezes, como se desenrolássemos a frase em forma de chibata, vergastando a quem nos aguarda o consolo ou qual se entregássemos a moeda beneficente aquecida em ponto de brasa, queimando as mãos que a recebem.
"Graças a Deus, nunca sofri penúria", dizemos, de escantilhão, a companheiros que esmolam socorro material, dando a entender que Deus lhes seria perseguidor e não Pai.
"Dou sempre o que posso, embora saiba que há malandros em toda parte", proclamamos com altivez diante do irmão que nos solicita o concurso, esquecidos de que assim falando estamos a situá-lo nos meandros de vadiagem.
Visitamos uma viúva e perguntamos de chofre se o marido desencarnado lhe deixou montepio, indiferentes à dor da mulher que se vê solitária, aspirando recolher palavras de fé ao invés de comentários sobre dinheiro. Em algumas ocasiões, ingressamos num hospital a título de fazer assistência e levamos lenço ao nariz ou recuamos perante o doente que a enfermidade carcome, sem considerar a posição vexatória com que lhe rebaixamos os sentimentos.
Piedade não é alguém supor reconfortar a outro alguém, ilhando-se em virtude hipotética. Em muitos casos, a compaixão que deitamos assemelha-se à soda cáustica: branca na aplicação e corrosiva no efeito. A golpes de orgulho presumimos animar e desencorajamos, cremos suprir dificuldades e agravamos problemas, por ausência de tato e delicadeza. Piedade é caridade e caridade é amor.
O amor coloca-se na posição dos que sofrem para servir.
Imaginemo-nos na luta dos outros e reflitamos na maneira ideal com que estimaríamos recolher-lhes o auxílio. Não raro, os que se encontram nas sombras da provação não mais precisam de nossas dádivas, nem de nossas meras palavras; esperam tão-somente por nosso coração com a ansiedade e o enternecimento de quem aguarda uma luz...
ANDRÉ LUIZ
(Do livro "Sol nas Almas", 36, edição CEC)
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