quinta-feira, 9 de abril de 2009

VALE A PENA


Você cogita das dificuldades que lhe amargam os caminhos quando, em meio às lutas, prepara-se para a superação das circunstâncias ásperas que se apresentam.

Vale a pena, porém, considerando as possibilidades de pelejar que lhe são concedidas, e que determinam a sua vitória, caso você não desanime, nem descoroçoe, manter-se à frente dos compromissos que lhe dizem respeito.

Você alega cansaço, macerado por mil e um necessidades que demarcam sua rota, como pontiagudas lanças que lhe fisgassem o corpo e a alma, enquanto você se apega às virtudes da prece, entregando-se aos poderes celestes.

Vale a pena, entretanto, como amigo do Cristo, Nele apoiado, demonstrar a grandeza que há em suportar as adversidades, guardando-se na oração como quem vai protegido por broqueis luminosos, em pleno campo de batalhas, firmado na certeza da vitória.

Você lastima os familiares que, contrariamente aos seus anelos, jungem-se a veredas de dissipação ou de indiferença, desdenhando o substrato da fé que você vem esposando, desenvolvendo-se nos empenhos pela própria redenção.

Vale a pena o travo da amargura, agüentado com nobreza, desde que você não se esteja omitindo, nem ignorando que acima dos nossos anseios familiares não entendidos, por isto desatendidos, muitas vezes, paira o Plano Divino a abranger todas as criaturas, no devido momento.

Você chora o filho mergulhado na embriaguês etílica ou no vale desesperador da toxicomania, plenamente deslocado da estrada de equilíbrio que você lhe há apontado, à custa dos sacrifícios e exemplificações com que conduz a nau doméstica.

Contudo, vale a pena o seu denodo, uma vez que ignora você de que pântanos de tormenta transatos provém a alma sob sua atenção, na atualidade, representando a sua dedicação, valiosa contribuição para com o afeto, depondo, então, suas frustrações nas mãos do Senhor.

O Espiritismo tem-lhe aberto a visão do mundo renovado pelo qual aspira seu coração.

Aguarde-o, pois, em serviço, sem desfalecimento, oferecendo o melhor do que disponha, para que, sob as bênçãos de Deus, o amanhã se faça formidável canteiro de venturas, alicerçado nas pelejas que travou e nas lágrimas vertidas por seus olhos, e que foram importantes para o erguimento do templo do amor e da renúncia, sobre o mundo, tendo valido a pena você haver-se tornado um servo dos próprios deveres, para converter-se em cooperador dedicado de Jesus Cristo, sopesando lutas e afrontas, semeando o imbatível bem, para a glorificação dos Céus em seus esforços remissores.

Thereza de Brito

(De "Nossas riquezas maiores", de J. Raul Teixeira - Diversos Espíritos)

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