sábado, 25 de abril de 2009

O QUE SÃO OS SONHOS?


Autora: Cheyla Bernardo Fett

Para alguns, os sonhos podem ter significados ocultos. Para outros, são pura fantasia. Há pessoas
que nem sonham. Para nós, espíritas, os sonhos podem ser vistos como uma prova da imortalidade e independência da alma com relação ao corpo.
Segundo O Livro dos Espíritos, a partir da questão 400 até 418, o sonho é a lembrança que temos das experiências que nosso espírito vive no mundo astral enquanto nosso corpo dorme. Durante o sono, a alma se desprende e pode vagar por lugares aqui na terra ou no plano espiritual, encontrando pessoas conhecidas ou não e vivenciando atividades agradáveis ou não, segundo sua natureza. Uma pessoa acostumada aos vícios pode ter seu espírito atraído a bares ou boates durante o sono, e aí ela vai encontrar espíritos afins e praticar o que gosta. Uma pessoa acostumada a fazer o bem pode encontrar outros bons espíritos e freqüentar hospitais, asilos, visitar espíritos que sofrem no astral e levar sua ajuda. Ou mesmo ir a lugares belos e estudar.
Durante esse desprendimento também podemos encontrar entes queridos que se foram e conversar, saber do seu estado ou receber conselhos.
Ao despertarmos, nem sempre nos lembramos completamente do que fizemos no plano espiritual.
Às vezes, não nos lembramos de nada, e dizemos então que não sonhamos. Outras, lembramos
apenas vagamente do que aconteceu, guardando alguma impressão boa ou ruim da experiência.
Apenas em algumas ocasiões podemos nos lembrar dos sonhos com clareza e narrarmos seus
detalhes, dos quais guardamos profunda impressão. É o que acontece, por exemplo, quando
sonhamos com um parente falecido que nos diz do seu estado no além ou quando alguém, mesmo
desconhecido, nos dá conselhos úteis.
Há também os sonhos provenientes do nosso subconsciente. Neste caso não são experiências reais as vividas pelo nosso espírito, mas apenas lembranças das nossas ocupações ou problemas
diários. Esses sonhos normalmente são mais confusos, funcionando como uma válvula de escape
para nossas emoções.
O motivo de nem sempre nos lembrarmos dos sonhos é a força da impressão que ele nos causa.
Se nós simplesmente nos envolvemos com as mesmas atividades que estamos acostumados
durante o dia, nenhuma impressão forte guardamos ao acordar. Mas se vivenciamos algo diferente ou importante, ficaremos impressionados e nos lembraremos.
Infelizmente, essa impressão forte nem sempre é boa. É o que acontece no caso dos pesadelos.
Os maus sonhos têm como causa algum desequilíbrio oculto ou não em que vivemos. Quando
estamos excessivamente preocupados com ganhar dinheiro, podemos sonhar com problemas no
trabalho, desemprego, assaltos e coisas parecidas. Se o excesso de zelo for com a nossa aparência,
podemos sonhar com acidentes, morte ou doença. Se nos agarramos demais com as pessoas de
quem gostamos, às vezes sonhamos com a sua perda ou com desentendimentos.
Todo comportamento que se afasta do equilíbrio, revelando orgulho, egoísmo, vaidade, ciúme,
avareza e qualquer defeito da alma acaba tendo como conseqüência os pesadelos. Eles servem
como alerta de que precisamos nos corrigir para ter paz na consciência.
Há ainda um aspecto mais perigoso, porém interessante: da mesma forma que os bons espíritos
aproveitam nosso desprendimento para dar bons conselhos ou conversar, os maus também podem se aproximar para nos perturbar. Eles aproveitam o desequilíbrio moral que citamos acima e nos provocam os pesadelos, que normalmente são aqueles que nos deixam impressionados por mais tempo. Em alguns casos mais graves, em que os pesadelos se repetem ou são freqüentes, acabamos por ter nosso comportamento diário alterado por causa dos sentimentos ruins despertados por esses sonhos, como o medo, tornando-nos agressivos e arredios. Nossa saúde também fica prejudicada pela falta de descanso noturno.
É aí que o Espiritismo pode novamente nos ajudar. Além de nos esclarecer sobre o que pode estar acontecendo conosco, podemos encontrar socorro no centro espírita. Lá receberemos as lições que nos farão reorientar nossas vidas, através das palestras ou de orientações particulares
(conversando com os dirigentes da casa). Podemos achar em nós mesmos os defeitos que nos
prejudicam e trabalhar para corrigi-los. É no centro espírita também que pode ser percebida a
participação de um mau espírito provocando nossos pesadelos. Uma equipe mediúnica poderá
afastá-lo até que reencontremos o equilíbrio. Ao mesmo tempo, os passes ajudarão a recompor a
saúde física.
Se você ou alguém com quem convive está sofrendo com esse problema, procure o centro espírita. Ele poderá ajudá-los.

(Fonte: Jornal Boa Nova - Edição 12 - Julho/1997)

Tristeza


Não permitamos que a tristeza nos envolva e nos mergulhe na depressão.

A apatia é abismo profundo do qual sairemos apenas à custa de muito esforço.

Não nos entreguemos , inermes, aos problemas que nos rodeiam, ensimesmados na tristeza.

Os que se rendem ao desânimo transformam-se em pacientes psiquiátricos, vitimados por estranha anemia de ordem moral.

Quando sentirmos que a tristeza insiste em se demorar conosco, ocupemos as nossas mãos e a nossa mente no serviço do bem. Deixemos a poltrona do comodismo e desintoxiquemo-nos no suor da caridade.

Se abatidos espiritualmente no reconhecimento das próprias imperfeições, sintamo-nos incentivados à luta, ao invés de admitirmos a derrota.

Reajamos contra a melancolia , sacudindo o seu jugo de nossos ombros.

Reparemos que em nossos caminhos , de fato "as bênçãos são muito mais numerosas do que as dores". Observemos os exemplos de quantos se encontram lutando com limitações maiores que as nossas , sem que lhes escutemos uma reclamação sequer.
No livro dos Provérbios, cap. 17, v. 22, está escrito: "O coração alegre é como o bom remédio, mas o espírito abatido seca até os ossos".

(Do livro "Lições da Vida"- Carlos A. Baccelli - Irmão José)

domingo, 12 de abril de 2009

Quem foi Jesus?


Mais do que o mártir da cruz,

ou o fundador de religiões,

foi Ele o Mestre

que veio nos ensinar

a perfeita ciência

do bem-viver.


Em meio à crescente proliferação de idéias exóticas no seio do nosso movimento, sobremodo nos preocupam aquelas cujo resultado é a deturpação da legítima visão espírita de Jesus de Nazaré
Existem alguns confrades inquietos e invigilantes que desejam proscrever Jesus do Espiritismo. São pessoas dotadas de maiúscula insensatez que regurgitam suas santas ignorâncias e as torturantes cantilenas de que Jesus não é o único modelo de amor absoluto (?). Alegam que seria injusto que 2/3 da população da Terra que “nunca” ouviram falar do Messias, ficassem “órfãos” de suas lições. Segundo a revista alemã Der Spiegel o panorama estatístico de religiosos atuais do Orbe é o seguinte: Cristãos não católicos (17,0%), Cristãos católicos (16,9%), Muçulmanos (23,1%), Hindus (13,0%), Budistas (6,1%), Judeus (0,2%) e Outros (23,7%). Observa-se que 1/3 da humanidade procura seguir os ensinamentos de Jesus, e para a crença dos outros 2/3 que não “conhecem” o Cristo, apesar do mundo globalizado atual, existiram e existem outros seres luminares, porém todos foram, são e serão discípulos de Jesus.
Em verdade Jesus, durante milênios, enviou seus emissários para instruir povos, raças e civilizações com conhecimentos e princípios da lei natural. Além disso, há dois mil anos, veio pessoalmente ratificar os conhecimentos já existentes, deixando a Boa Nova como patrimônio para toda Humanidade. Examinando o trajeto histórico das civilizações identificamos que em todos os tempos houve missionários, fundadores de Religião, filósofos, Espíritos Superiores que aqui encarnaram, trazendo novos conhecimentos sobre as Leis Divinas ou Naturais com a finalidade de fazer progredir os habitantes da Terra. Entretanto, por mais admiráveis que tenham sido suas missões, nenhum se iguala ao Adorável Nazareno. Até mesmo porque todos eles estiveram a serviço do Mestre Incomparável, o Guia e Governador Espiritual deste mundo de expiação e provas.
Kardec, na introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo escolhe dentre as cinco partes o Ensino Moral, o único que não está afeito a controvérsias, podendo inclusive unir todas as crenças em torno da sua mensagem universalista. Na Terra, onde se multiplicam as conquistas da inteligência (algumas resvalam e se enterram nas valas profundas das retóricas vazias) e fazem-se mais complexos os quadros do sentimento amarfanhado no materialismo, saibamos que Ele “no campo da Humanidade [foi o único] orientador completo, irrepreensível e inquestionável, que renunciou à companhia dos anjos para viver e conviver com os homens”.
Nos tempos áureos do Evangelho o apóstolo Pedro, mediunizado, definiu a transcendência de Jesus, revelando que Ele era “o Cristo, o Filho de Deus vivo” . No século XIX o Espírito de Verdade atesta ser Ele “o Condutor e Modelo do Homem”. Para o célebre pedagogo e gênio de Lyon, o Cristo foi “Espírito superior da ordem mais elevada, Messias, Espírito Puro, Enviado de Deus e, finalmente, Médium de Deus.” Não há dúvidas que Jesus foi o Doutrinador Divino e por excelência o “Médico Divino”, segundo André Luiz. Por sua vez, Emmanuel o denomina de “Diretor angélico do orbe e Síntese do amor divino”.
Quando Allan Kardec questionou os Espíritos sobre quem teria sido o ser mais evoluído da Terra, recebeu uma resposta tão curta quanto profunda: “Jesus!”. Sua lição é não só a pedra angular do Consolador Prometido, da Doutrina dos Espíritos, mas a régua de medida, o referencial universal com que aferiremos o nosso proceder, o nosso avanço ou o nosso recuo no processo de espiritualização que nos propusermos: a visão real do que somos no íntimo de nossa consciência e quão perto ou distante estejamos do amado Mestre Jesus que nos exorta a amarmos uns aos outros como Ele nos amou.
Amado por uns, odiado por outros, indiferente para muitos, Jesus deixou ensinamentos muito singelos mas profundos, ele aplicou a filosofia que difundia, desconcertando os inimigos gratuitos, granjeando apoios no povo e confundindo os restantes. Aos Espíritas sinceros cumpre não perder de vista essa realidade de suma importância - a total vinculação do Espiritismo com os ensinos de Jesus, o Cristianismo primitivo, pela base moral comum a ambos, sem desvios impostos pelo interesse dos homens.
Ele vela pela nau terrestre e Se compadece de cada um de nós, facultando-nos recomeço e paz. Cada palavra que o Mestre plasmou na atmosfera terrena dirige-se a todos nós, ontem , hoje e sempre independente de onde possamos estar ou do que fazemos. O Meigo Galileu transcende as dimensões da análise convencional e do grau de desenvolvimento científico, moral ou espiritual do maior dos nossos intelectuais, porquanto Ele já era o construtor de todo o nosso Sistema Solar, quando sequer a vida neste planeta se apresentara.

*Artigo de Jorge Luiz Hessen

SUSTENTEMOS O BEM



Não lances o fel da censura na taça do companheiro que, pouco a pouco, desperta na caridade sublime.

*

Recorda que o próprio dia não acorda de vez.

*

Primeiro, tons rubros no céu anunciam as promessas da aurora.

*

Em seguida, tênues riscos de caridade aparecem no campo do firmamento e, apenas muito depois, surge o carro solar na glória do alvorecer.

*

Desencorajar leve impulso do bem é o mesmo que sufocar a semente que, divina e multiplicada, será, no caminho, a base de nosso pão.

*

Se descobres validade na barulhenta virtude dos semelhantes, ensina-lhes com o próprio exemplo de tolerância e serenidade que o socorro fraterno pede o silêncio da discrição.

*

Se alguém dá pouco aos teus olhos do muito que te parece reter, nas possibilidades do mundo, auxilia-o com a força da tua simpatia e de tua prece, para que se afeiçoe à mais ampla largueza do coração.

*

Lembra-te de que a exibição inconveniente de hoje poderá transformar-se, mais tarde, em trabalho seguro do bem, se souberes amparar as vítimas da propaganda, ruidosa e desnecessária, e não te esqueças que a migalha de agora poderá ressurgir, depois, na forma de um tesouro de bênçãos se lhe apoiares o movimento nos alicerces da própria compreensão.

*

Ante o bem que se faça, faze o bem quanto possas, para que o bem pequeno se faça, junto de todos, o bem maior.

*

Não admitas caridade no ato de reprovar a caridade que alguém se decida a fazer, porque, à frente do Cristo, somos todos depositários das riquezas da Vida Eterna e só pelo entendimento do amor, com o trabalho do amor, funcionando no auxílio a ricos e pobres, cultos e ignorantes, justos e injustos, é que chegaremos a acender a luz da mente purificada para a exaltação da Terra Melhor.

(De "Alma e Luz", de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

VACINAS DA ALMA




Não permita que o seu modo de falar se transforme em agressão.

Ao falar, evite comentários ou imagens contrárias ao bem.

Trazer assuntos infelizes à conversação, lamentando ocorrências que já se foram, é requisitar a poeira de caminhos já superados, complicando paisagens alheias.

Atacar alguém será destruir hoje o nosso provável benfeitor de amanhã.

Não exageres sintomas ou deficiências com os fracos ou doentes, porque isso viria fazê-los mais doentes e mais fracos.

Na base da esperança e bondade, não existe quem não possa ajudar conversando.

Da mente aos lábios, temos um trajeto controlável para as nossas manifestações.

Por isso, tão logo a idéia negativa nos alcance a cabeça, arredemo-la, porque um pensamento pode ser substituído, de imediato, no silêncio do espírito, mas a palavra solta é sempre um instrumento ativo em circulação.

André Luiz

(De "Busca e acharás", de Francisco Cândido Xavier, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz)

VALE A PENA


Você cogita das dificuldades que lhe amargam os caminhos quando, em meio às lutas, prepara-se para a superação das circunstâncias ásperas que se apresentam.

Vale a pena, porém, considerando as possibilidades de pelejar que lhe são concedidas, e que determinam a sua vitória, caso você não desanime, nem descoroçoe, manter-se à frente dos compromissos que lhe dizem respeito.

Você alega cansaço, macerado por mil e um necessidades que demarcam sua rota, como pontiagudas lanças que lhe fisgassem o corpo e a alma, enquanto você se apega às virtudes da prece, entregando-se aos poderes celestes.

Vale a pena, entretanto, como amigo do Cristo, Nele apoiado, demonstrar a grandeza que há em suportar as adversidades, guardando-se na oração como quem vai protegido por broqueis luminosos, em pleno campo de batalhas, firmado na certeza da vitória.

Você lastima os familiares que, contrariamente aos seus anelos, jungem-se a veredas de dissipação ou de indiferença, desdenhando o substrato da fé que você vem esposando, desenvolvendo-se nos empenhos pela própria redenção.

Vale a pena o travo da amargura, agüentado com nobreza, desde que você não se esteja omitindo, nem ignorando que acima dos nossos anseios familiares não entendidos, por isto desatendidos, muitas vezes, paira o Plano Divino a abranger todas as criaturas, no devido momento.

Você chora o filho mergulhado na embriaguês etílica ou no vale desesperador da toxicomania, plenamente deslocado da estrada de equilíbrio que você lhe há apontado, à custa dos sacrifícios e exemplificações com que conduz a nau doméstica.

Contudo, vale a pena o seu denodo, uma vez que ignora você de que pântanos de tormenta transatos provém a alma sob sua atenção, na atualidade, representando a sua dedicação, valiosa contribuição para com o afeto, depondo, então, suas frustrações nas mãos do Senhor.

O Espiritismo tem-lhe aberto a visão do mundo renovado pelo qual aspira seu coração.

Aguarde-o, pois, em serviço, sem desfalecimento, oferecendo o melhor do que disponha, para que, sob as bênçãos de Deus, o amanhã se faça formidável canteiro de venturas, alicerçado nas pelejas que travou e nas lágrimas vertidas por seus olhos, e que foram importantes para o erguimento do templo do amor e da renúncia, sobre o mundo, tendo valido a pena você haver-se tornado um servo dos próprios deveres, para converter-se em cooperador dedicado de Jesus Cristo, sopesando lutas e afrontas, semeando o imbatível bem, para a glorificação dos Céus em seus esforços remissores.

Thereza de Brito

(De "Nossas riquezas maiores", de J. Raul Teixeira - Diversos Espíritos)

sábado, 4 de abril de 2009

ÚNICA MEDIDA




A carteira de identidade presta informações de sua pessoa humana.

O calendário fala de sua idade física.

O relógio marca o seu tempo.

O metro especifica as dimensões do seu corpo.

A altitude revela a sua localização transitória sobre o nível do oceano.

A tinta grava as suas impressões digitais.

O trabalho demonstra a sua vocação.

A radiografia faculta exame dos seus órgãos.

O eletrocardiógrafo determina as oscilações do seu músculo cardíaco.

Todos os seus estados e condições, realizações e necessidades podem ser definidos por máquinas, engenhos, instrumentos, aparelhos, laboratórios e fichários da Terra, entretanto, não se esqueça você de que o serviço ao próximo é a única medida que fornece exata notícia do seu merecimento espiritual.

André Luiz (Chico Xavier)