sábado, 28 de fevereiro de 2009

Amar sem amarrar


RICHARD SIMONETTI

Perguntam-me, freqüentemente,o que podemos fazerpor familiares desencarnados,que saibamos não preparados para enfrentar o retorno à vida espiritual.
Três iniciativas são básicas.
• Oração.
É um refrigério para as almas penadas, aquelas que se situam perplexas ante as realidades espirituais que insistiram em ignorar no desdobramento de suas experiências.
Quando oramos pelos desencarnados,não só os beneficiamos com vibrações balsamizantes,
como evocamos, em favor deles, a assistência dos amigos espirituais.
• Serenidade.
Os recém-desencarnados permanecem em estreita sintonia com os familiares e são muito
sensíveis às suas vibrações.
O desespero, a revolta, a inconformação, não apenas colocam em cheque nossa crença, como atingem os que partiram, exacerbando suas perplexidades e sofrimentos.
• Normalidade.
Se sofro um acidente e perco um membro, devo aprender a viver sem ele, adaptando-me à nova situação. Caso contrário, cairei em depressão e desequilíbrio, que apenas vão exacerbar o problema.
A morte de um ente querido é uma amputação psicológica. Sentiremos falta, tanto
maior quanto mais fortes os elos do amor,mas é preciso que nos habituemos a viver
sem ele, conscientes de que devemos seguir em frente, em nosso próprio benefício.
Sem esse empenho, fatalmente nos desajustaremos, com reflexos negativos no ânimo
daquele que partiu. Não raro, ao invés do desencarnado perturbar o encarnado, de quem se aproxima, carente, sofrido, ocorre o contrário.
Pode parecer inusitado, amigo
leitor,mas a Doutrina Espírita nos fala de obsessões de encarnados sobre desencarnados.
Lembro de Roberval, modesto servidor público, pai de três filhos, casado com Ifigênia, mulher de bons princípios, preocupada com a família, mas extremamente apegada ao marido, amor possessivo. Era Roberval pra cá, Roberval pra lá, em efusões amorosas extremadas que acabavam por aborrecê-lo, tirando-lhe a liberdade.
Não fosse a sua índole pacata,haveria sérios conflitos entre eles. Mel demais sempre enjoa.Quando Roberval desencarnou,repentinamente, vitimado por um enfarto, foi um transtorno para Ifigênia. Não se conformava com a morte do bem-amado, razão de sua
existência.Lamuriava-se em oração, questionando os desígnios divinos. E chamava pelo marido.
– Ah! Roberval, onde anda você, minha vida?
E, dia e noite, continuava a história do Roberval pra cá, Roberval pra lá!
Não dava sossego para o pobre marido, mesmo depois de morto, porquanto suas vibrações o atingiam em cheio, reclamando sua presença, aprisionando-o ao lar.
Tanto se perturbou que os benfeitores espirituais decidiram interná-lo em nova encarnação.
Foi a solução para livrá-lo da pressão desajustada da esposa inconformada.Por uma questão de afinidade e disponibilidade, ele reencarnou como filho de sua filha.
Por sugestão insistente de Ifigênia,deram o nome do avô à criança.Roberval reencarnado recebeu o mesmo nome. Como a jovem mãe tinha compromissos profissionais o dia inteiro,
decidiu confiar a criança à sua mãe. Pobre Roberval!O dia todo se via às voltas com
os excessivos zelos de Ifigênia,agora sua avó. Roberval pra cá, Roberval pra lá!

Amor que amarra é egoísmo.É preciso amar sem prender. Ótimo quando agimos assim.
Nossos amados partem em paz.Em paz ficamos nós.

O Reformador, agosto de 2008

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Senhor!


"Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor... Magoar alguém é terrível!." (Chico Xavier)

Senhor!

Faze-me perceber que o trabalho do bem me aguarda em toda parte.
Lembra-me, por misericórdia, que estou no caminho da evolução, com meus semelhantes, não para consertá-los e sim para atender à minha própria melhoria.
Induze-me a respeitar os direitos alheios a fim de que os meus sejam preservados.
Não me permitas sonhar com realizações incompatíveis com os meus recursos, entretanto, por acréscimo de bondade, fortalece-me para a execução das pequeninas tarefas ao meu alcance.
Apaga-me os melindres pessoais, de modo que não me transforme em estorvo diante dos irmãos, aos quais devo convivência e cooperação.
Auxilia-me a reconhecer que cansaço e dificuldade não podem converter-me em pessoa intratável, mas mostra-me, por piedade, quanto posso fazer nas boas obras, usando paciência e coragem, acima de quaisquer provações que me atinjam a existência.
E,sobretudo,Senhor,perdoa a minha fragilidade e sustenta-me a fé para que eu possa estar sempre em Ti, servindo aos outros.
(Meimei & Francisco Cândido Xavier)

AÇÃO DA PRECE




Você é o lavrador.

O outro é o campo.

Você planta.

O outro produz.

Você é o celeiro

O outro é o cliente.

Você fornece.

O outro adquire.

Você é o autor.

O outro é o público.

Você representa.

O outro observa.

Você é a palavra.

O outro é o microfone.

Você fala.

O outro transmite.

Você é o artista.

O outro é o instrumento.

Você toca.

O outro responde.

Você é a paisagem.

O outro é a objetiva.

Você surge.

O outro fotografa.

Você é o acontecimento.

O outro é a notícia.

Você age.

O outro conta.

Auxilie quanto puder.

Faça o bem sem olhar a quem.

Você é o desejo de seguir para Deus.

Mas, entre Deus e você, o próximo é a ponte.

O Criador atende às criaturas, através das criaturas.

É por isso que a oração é você, mas o seu merecimento está nos outros.

André Luiz (Chico Xavier)

(De "O Espírito da Verdade", de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira
- Autores diversos)

sábado, 21 de fevereiro de 2009

A PRECE


[ ] Há homens que desdenham a prece, que a consideram banal e ridícula. Esses jamais oraram, ou, talvez, nunca tenham sabido orar. Ah! Sem dúvida, se só se trata de padre-nossos proferidos sem convicção, de responsos tão vãos quanto intermináveis, de todas essas orações classificadas e numeradas que os lábios balbuciam, mas nas quais o coração não toma parte, pode-se compreender tais críticas; porém, nisso não consiste a prece. A prece é uma elevação acima de todas as coisas terrestres, um ardente apelo às potências superiores, um impulso, um vôo para as regiões que não são perturbadas pelos murmúrios, pelas agitações do mundo material, e onde o ser bebe as inspirações que lhe são necessárias. Quanto maior for seu alcance, tanto mais sincero é seu apelo, tanto mais distintas e esclarecidas se revelam as harmonias, as vozes, as belezas dos mundos superiores. É como que uma janela que se abre para o Invisível, para o infinito, e pela qual ela percebe mil impressões consoladoras e sublimes. Impregna-se, embriaga-se e retempera-se nessas impressões, como num banho fluídico e regenerador. [ ]

(De "Depois da Morte", de Léon Denis)

Reencarnação


Sem a chave da reencarnação, a vida inteira reduzir-se-ia a escuro labirinto.

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De existência a existência, no mundo, nossa individualidade imperecível sofre o desgaste da imperfeição, assim como o aprendiz, de curso a curso, na escola, perde o fardo da ignorância.

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Compreendendo semelhante verdade, saibamos valorizar o tempo, no espaço terrestre, realizando integral aproveitamento da oportunidade que o Senhor nos concede, entre as criaturas, acumulando em nós as riquezas do Conhecimento Superior e os tesouros da sublimação pelo aprimoramento de nossas qualidades morais.

*+*

Lembremo-nos de que nunca iludiremos a vigilância da Lei.

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Na Terra, a organização judiciária corrige tão-somente os erros espetaculares, expressos nos crimes ou nos desregramentos que compelem os missionários da ordem a drásticas atitudes, segregando a delinqüência na penitenciária ou no hospital, derradeiros limites do desequilíbrio a que se acolhem os trânsfugas sociais.

*+*

Todavia, é imperioso reconhecer que todas as nossas falhas são registradas em nós mesmos, constrangendo a Justiça Eterna a providências de reajuste em nosso favor, no instituto universal da reencarnação, que dispõe de infinitos recursos para o trabalho regenerativo.

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De mil modos, ilaqueamos no corpo físico a atenção dos juízes humanos, nos delitos ocultos, exercitando a perversidade com inteligência, oprimindo os outros com suposta humildade, ferindo o próximo com virtudes fictícias, estragando o equipamento corpóreo sem qualquer consideração para com os empréstimos divinos e, sobretudo, explorando os irmãos de luta com manifesto abuso de nossos poderes intelectuais...

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No entanto, por isso mesmo também, renascemos sob doloroso regime de sanções, dilacerados por nós mesmos, nas possibilidades que outrora desfrutávamos e que passam a sofrer frustrações aflitivas.

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Moléstias do corpo e impedimentos do sangue, mutilações e defeitos, inquietações e deformidades, fobias complexas e deficiências inúmeras constituem pontos de corrigenda do nosso passado que hoje nos restauram à frente do futuro.

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Cultivemos, desse modo, o coração nobre no vaso da consciência reta para que a planta de nossa vida se levante para o Hálito de Deus, porquanto basta a boa vontade na sementeira do amor que o Mestre nos legou para que a multidão de nossos débitos seja coberta e esquecida pela Divina Misericórdia, possibilitando o soerguimento de nosso espírito, até agora arrojado ao lodo de velhos compromissos com a sombra, na subida vitoriosa para a Lux Imortal.

(De "Indulgência", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A vida espiritual é a verdadeira vida



"O Espiritismo no-lo demonstra: as nossas vantagens sociais são transitórias. O progresso e a educação do Espírito o induzem a nascer e renascer sucessivamente nas mais diversas condições de vida, a fim de adquirir os méritos inerentes a esses meios. Ele põe em relevo, com um poder de lógica não alcançado por nenhuma outra doutrina, a fraternidade e a solidariedade das almas, conseqüentes de sua origem e de seus destinos comuns. A verdadeira superioridade consiste nas qualidades adquiridas e se traduz principalmente por um sentimento profundo dos nossos deveres para com os humildes e os deserdados deste mundo."

(De "No invisível", de Léon Denis)

ABENÇOEMOS SEMPRE


Nunca estimular o mal onde o mal apareça, mas reconhecer que não adianta condenar-lhe as vítimas a pretexto de corrigi-las.

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Enumeremos algumas razões em apoio da afirmativa:

somos espíritos eternos atuando na sustentação do Universo e respondendo invariavelmente pelos próprios atos, em função do próprio aperfeiçoamento;

a condenação não trará o mínimo proveito à pessoa em desequilíbrio cujos conflitos e necessidades da vida íntima claramente desconhecemos;

se um companheiro surge vinculado à delinqüência, a pancada verbal logrará unicamente aprofundar-lhe as chagas mentais da culpa;

se desejamos auxiliar alguém confessadamente em erro, apontar esse alguém ao escárnio ou à censura dos outros, será tão-somente agravar-lhe as dificuldades e humilhações;

maldizer é afastar e destruir, ao invés de unir e melhorar, acabando semelhante atitude por transformar-se no método infeliz de gerar obstáculos e deteriorar relações.

Com estes enunciados, não aspiramos a dizer que se aprovar tudo ou tudo aceitar, quando observamos o engano tentando sobrepor-se à realidade. Importante, porém, considerar que entre nós, os espíritos em evolução na coletividade terrestre, não encontramos ainda aqueles que se fizeram absolutos no bem, tanto quanto não surpreendemos aqueles outros que hajam descido ao absoluto do mal.

*+*

Não existem criaturas nas quais não consigamos identificar o lado nobre, o ângulo mais claro, o tópico da esperança ou a boa parte.

*+*

Em todas as formações do mal, valorizemos os germes do bem e prestigiemos os restos do bem onde estiverem, abençoando sempre todas as criaturas, a fim de que possamos ganhar a paz na guerra dos problemas de cada dia, de vez que condenar será sempre o melhor processo de perder.

(De "Instrumentos do Tempo", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A felicidade é própria do indivíduo e não do meio material


"A felicidade é própria do indivíduo e não do meio material. "
Com sabedoria Jesus nos ensinou que o reino de Deus não é deste mundo, e viveu, dando o exemplo do desprendimento dos bens e de compreensão para as criaturas de seu tempo.

Lembrou-nos sempre que somos Espíritos imortais, temporariamente vestidos de carne para aperfeiçoamento nesta escola, que chamamos Terra.

Se analisarmos com calma, verificaremos que nosso corpo é um instrumento valioso ofertado pelo Criador, é o templo de nosso Espírito. O cérebro material, submetido aos centros diretivos da mente, funciona encerrado na caixa craniana, à maneira de usina quase lacrada num cofre forte.

Ainda assim, é importante considerar que não somos o corpo, mas nos servimos dele. Devemos atendê-lo em suas necessidades reais e deixarmos de lado as imaginárias ou artificiais, que nos consomem tempo e recursos preciosos.

Felizes serão aqueles que entenderem que precisamos de coisas simples, básicas, para nossa vida material, e que no aspecto espiritual, a felicidade consiste na fé em Deus, na convicção da imortalidade da alma, e na consciência pura.

(De "DIA-A-DIA - CONCEITOS PARA VIVER MELHOR", de Paulo R. Santos)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Lindo depoimento


Quero compartilhar com vocês um relato de um médico, meu irmãos fraternos, este relato arrancou lágrimas dos meus olhos, leiam e vocês entederão tenho certeza.
Beijos fraternos

Médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional, com toda vivencia e experiência que o exercício da medicina nos traz, posso afirmar que cresci e me modifiquei com os dramas vivenciados pelos meus pacientes.
Dizem que a dor é quem ensina a gemer.
Não conhecemos nossa verdadeira dimensão, até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além. Descobrimos uma força mágica que nos ergue, nos anima, e não raro, nos descobrimos confortando aqueles que vieram para nos confortar.
Um dia, um anjo passou por mim...
No início da minha vida profissional, senti-me atraído em tratar crianças, me entusiasmei com a oncologia infantil. Tinha, e tenho ainda hoje, um carinho muito grande por crianças. Elas nos enternecem e nos surpreendem como suas maneiras simples e diretas de ver o mundo, sem meias verdades.
Nós médicos somos treinados para nos sentirmos "deuses". Só que não o somos! Não acho o sentimento de onipotência de todo ruim, se bem dosado. É este sentimento que nos impulsiona, que nos ajuda a vencer desafios, a se rebelar contra a morte e a tentar ir sempre mais além. Se mal dosado, porém, este sentimento será de arrogância e prepotência, o que não é bom. Quando perdemos um paciente, voltamos à planície, experimentamos o fracasso e os limites que a ciência nos impõe e entendemos que não somos deuses. Somos forçados a reconhecer nossos limites!

Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional. Nesse hospital, comecei a freqüentar a enfermaria infantil, e a me apaixonar pela oncopediatria. Mas também comecei a vivenciar os dramas dos meus pacientes, particularmente os das crianças, que via como vítimas inocentes desta terrível doença que é o câncer.

Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento destas crianças. Até o dia em que um anjo passou por mim.

Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada porém por 2 longos anos de tratamentos os mais diversos, hospitais, exames, manipulações, injeções, e todos os desconfortos trazidos pelos programas de quimioterapias e radioterapia.

Mas nunca vi meu anjo fraquejar. Já a vi chorar sim, muitas vezes, mas não via fraqueza em seu choro. Via medo em seus olhinhos algumas vezes, e isto é humano! Mas via confiança e determinação. Ela entregava o bracinho à enfermeira, e com uma lágrima nos olhos dizia: faça tia, é preciso para eu ficar boa.

Um dia, cheguei ao hospital de manhã cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe. E comecei a ouvir uma resposta que ainda hoje não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.

Meu anjo respondeu:
- Tio, disse-me ela, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade de mim. Mas eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!
Pensando no que a morte representava para crianças, que assistem seus heróis morrerem e ressuscitarem nos seriados e filmes, indaguei:
- E o que morte representa para você, minha querida?
- Olha tio, quando agente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e no outro dia acordamos no nosso quarto, em nossa própria cama não é?
(Lembrei minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, costumavam dormir no meu quarto e após dormirem eu procedia exatamente assim.)
- É isso mesmo, e então?
- Vou explicar o que acontece, continuou ela: Quando nós dormimos, nosso pai vem e nos leva nos braços para o nosso quarto, para nossa cama, não é?
- É isso mesmo querida, você é muito esperta!
- Olha tio, eu não nasci para esta vida! Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!

Fiquei "entupigaitado". Boquiaberto, não sabia o que dizer. Chocado com o pensamento deste anjinho, com a maturidade que o sofrimento acelerou, com a visão e grande espiritualidade desta criança, fiquei parado, sem ação.
- E minha mãe vai ficar com muitas saudades minha, emendou ela.
Emocionado, travado na garganta, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei ao meu anjo: - E o que saudade significa para você, minha querida?
- Não sabe não tio? Saudade é o amor que fica!

Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um dar uma definição melhor, mais direta e mais simples para a palavra saudade: é o amor que fica!

Um anjo passou por mim...

Foi enviado para me dizer que existe muito mais entre o céu e a terra, do que nos permitimos enxergar. Que geralmente, absolutilizamos tudo que é relativo (carros novos, casas, roupas de grife, jóias) enquanto relativizamos a única coisa absoluta que temos, nossa transcendência.

Meu anjinho já se foi, há longos anos. Mas me deixou uma grande lição, vindo de alguém que jamais pensei, por ser criança e portadora de grave doença, e a quem nunca mais esqueci. Deixou uma lição que ajudou a melhorar a minha vida, a tentar ser mais humano e carinhoso com meus doentes, a repensar meus valores.

Hoje, quando a noite chega e o céu está limpo, vejo uma linda estrela a quem chamo "meu anjo, que brilha e resplandece no céu. Imagino ser ela, fulgurante em sua nova e eterna casa.

Obrigado anjinho, pela vida bonita que teve, pelas lições que ensinastes, pela ajuda que me destes.

Que bom que existe saudades! O amor que ficou é eterno.

Rogério Brandão
Médico oncologista clinico
RC Recife Boa Vista D4500
Cremepe 5758"

Aflição de uma mãe


Recebi por e-mail, desconheço o autor, embora possa parecer apenas ficção, relatos como este estão em todas culturas espiritualistas ou não.

Uma mulher que conduzia um automóvel com seus filhos é a protagonista de um
grande acidente entre vários automóveis.
A senhora assustada dentro de seu carro, começou a gritar:
-OH Deus! por favor salva a meus meninos!
Seu olhar cheio de medo focalizou no acento traseiro onde supostamente estavam seus filhos, porém tudo o que viu foi vidros quebrados e duas cadeiras de crianças destruídas. Não se viam seus gêmeos por lado algum; ela não os escutava chorar, e temeu que tivessem sido lançados para fora do veículo.
- OH Deus não os deixe morrer!!!
Com a chegada dos bombeiros e a polícia, procuraram na parte traseira porém não encontraram as crianças, os cintos de segurança estavam intactos.
Eles pensaram que a mulher estava louca e que estava sozinha no carro, porém
quando a interrogaram descobriram que havia desaparecido. Policiais a viram
passar correndo, sem rumo, e gritando mais forte que o ruído,
Suplicando desesperadamente : 'Por favor ajudem a encontrar meus filhos!
Eles só têm quatro anos de idade e estão
vestidos iguais, com camisas azuis e jeans fazendo jogo.'
Um policial a ouviu e lhe disse:
Estão em meu carro e não tem nenhum arranhão! .....Eles dizem que seu
Papai os colocou ali, e lhes deu a cada um, um pirulito e logo lhes disse
para esperar a que sua Mamãe volte para levá-los para casa.
Já procurei por todos os lados mas não pude encontrar o pai. Provavelmente
deixou a área, suponho, e isso é muito raro'.
A Mãe abraçou os gêmeos e disse, enquanto enchugava as lágrimas:
'Ele não pode ter deixado a área, já que ele morreu há um ano'.
O policial, mostrando-se confuso, perguntou, Como pode ser isto verdade?
Os meninos exclamavam: 'Mamãe, Papai veio e nos pediu que te desse um
beijo por ele.. Disse que não devemos nos preocupar e que você estaria bem,
e logo nos colocou neste carro com as luzes brilhantes e bonitas.
Queríamos que ele ficasse conosco porque sentimos muita saudade, porém ele
só nos abraçou muito forte e disse que teria que ir.
Disse que algum dia entenderíamos e nos pediu que nos comportássemos bem,
e que te disséssemos que ele sempre está cuidando de nós.'
A Mãe duvidou que o que eles diziam era verdade, porém
recordou-se das ultimas palavras do Pai:'Eu cuidarei de vocês'.
O relatório dos bombeiros não podia explicar que com
o carro totalmente destruído, os três ocupantes se salvaram sem nenhuma cicatriz.
Porém no relatório da polícia estava escrito em letras muito pequenas:
'Um anjo esteve a noite na Auto-estrada 109.'

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Amor e Paixão


A jovem pergunta:

– Chico, amor é sinônimo de paixão?

– Ah! minha filha, amor é comidinha fresca, roupa lavada e passada, mamadeira prontinha… Paixão é como o Joelma, pega fogo e acaba tudo!

Com a simplicidade e a jovialidade dos sábios, o médium estabelece diferenças fundamentais entre esses dois substantivos, equivocadamente tomados à conta de sinônimos.

A paixão situa-se nos domínios do instinto, busca apenas a auto-afirmação, o prazer a qualquer preço, sem preocupações além da hora presente.

Estribando-se no desejo de comunhão sexual, a paixão é fogo arrebatador, que obscurece a razão e leva ao desatino, deixando, depois, apenas cinzas, como aconteceu com o Edifício Joelma.

George Bernard Shaw, com a irreverência que o caracterizava, dizia:

Não há diferença entre um sábio e um tolo, quando estão apaixonados.

***


O apaixonado ama como quem aprecia um doce.

Deleita-se!

É saboroso! Satisfaz o paladar!

Por isso logo deixa de amar, atendendo a várias razões:

• Saciou-se.
• Enjoou.
• Deseja novos sabores.


A partir daí, há campo aberto para o adultério e a separação, sem que a pessoa tome consciência do mal que causa ao parceiro e, principalmente, à prole, quando há filhos.

Enquanto perdura a paixão, podem ocorrer problemas mais graves e comprometedores:

• Crimes.
Bárbaros assassinatos são cometidos por amantes que se sentem traídos e negligenciados ou que foram abandonados. Perdendo o domínio sobre o parceiro, tratam de eliminá-lo, como quem joga fora um doce que azedou.

• Maus tratos.
É característica masculina, própria de machistas incorrigíveis, sempre dispostos a agredir para impor sua vontade, com o que apenas conturbam a relação, matando a afetividade na parceira.

• Suicídio.
Uma das causas mais comuns dessa ação nefasta, que precipita o indivíduo em sofrimentos inenarráveis no Mundo Espiritual, é a paixão contrariada. O sentir-se traído, negligenciado, ou não correspondido.

***

O amor situa-se nos domínios do sentimento.

Sustenta-se numa regra básica: pensar no bem-estar do ser amado, com a consciência de que nossa felicidade está diretamente subordinada a esse empenho.

O amor que mais se aproxima desse ideal é o materno.

A mãe está disposta a todos os sacrifícios em favor do filho, porque o bem dele é o seu próprio bem.

É aquele “espelho em que se mira, admirada, luz que lhe põe nos olhos novo brilho”, conforme o poema famoso de Coelho Neto.

As uniões felizes, os casamentos que se estendem além da morte, ensejando reencontros felizes na Espiritualidade, são aqueles em que os cônjuges revelam maturidade suficiente para mudar de pessoa na conjugação do verbo de suas ações.

Da primeira do singular – eu, para a terceira – ele, permutando cuidados recíprocos, a se exprimirem em carinho e solicitude.

No livro Trovas do Outro Mundo, psicografado por Chico, o Espírito Marcelo Gama encerra o assunto:

De afeições anoto a soma

De todo ensino que há:

Paixão é o bem que se toma,

Amor é o bem que se dá.

Autor: Richard Simonetti
Livro: Rindo e Refletindo com Chico Xavier

Meditação


Quando a impiedade recusar-se a revelar-te as faltas e experimentares a dureza do coração humano, Procura-me: "Eu sou o perdão que te levanta o ânimo e promove a reabilitação do teu espírito".

Quando duvidares de tudo, até de tuas próprias convicções e o ceticismo te avassalar a alma, recorre a Mim: "Eu sou a Crença que te inunda de luz e entendimento e te habilita para a conquista da felicidade! ".

Quando já não provares a sublimidade de uma afeição terna e sincera e te desiludires do sentimento do teu semelhante, aproxima-te de Mim: "Eu sou a Renúncia que te ensina a olvidar ingratidão dos homens e a esquecer a incompreensão do mundo!".

E quando, enfim, quiseres saber quem Sou, pergunta ao riacho que murmura e ao pássaro que canta, à flor que desabrocha e à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda. Chamo-me AMOR, o remédio para todos os males que atormentam o Espírito !

EU SOU JESUS !

(Autor desconhecido)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O QUE INTERESSA


As ocorrências da vida se destacam em dias determinados, na senda de todos;

As tribulações em família;
Os obstáculos no trabalho;
As enfermidades de longo curso;
Os momentos de erros;
Os tempos de crise;
Os empeços profissionais;
As incompreensões dos entes queridos;
Os dias de reconforto;
As horas de êxito;
Os sofrimentos ocultos;
Os companheiros-problemas;
Os negócios infelizes;
As épocas de solidão;

E as sombras da tempestade, quando a tempestade nos domina o ambiente.

De tudo isso a Divina Providência toma conhecimento preciso por
intermédio dos mensageiros que a representam junto de nós.

Mas o que interessa ao Plano Superior saber é o nosso tipo de reação diante do que nos sucede.

(De "Endereços da Paz", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito
André Luiz)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

SOLIDÃO


Espectro cruel que se origina nas paisagens do medo, a solidão é , na atualidade, um dos mais graves problemas que desafiam a cultura e o homem.

A necessidade de relacionamento humano, como mecanismo de afirmação pessoal, tem gerado vários distúrbios de comportamento, nas pessoas tímidas, nos indivíduos sensíveis e em todos quantos enfrentam problemas para um intercâmbio de idéias, uma abertura emocional, uma convivência saudável.

Enxameiam, por isso mesmo, na sociedade, os solitários por livre opção e aqueloutros que se consideram marginalizados ou são deixados à distancia pelas conveniências dos grupos.

A sociedade competitiva dispõe de pouco tempo para a cordialidade desinteressada, para deter-se em labores a benefício de outrem.

O atropelamento pela oportunidade do triunfo impede que o indivíduo, como unidade essencial do grupo, receba consideração e respeito ou conceda ao próximo este apoio, que gostaria de fruir.

A mídia exalta os triunfadores de agora, fazendo o panegírico dos grupos vitoriosos e esquecendo com facilidade os heróis de ontem, ao mesmo tempo que sepultam os valores do idealismo, sob a retumbante cobertura da insensatez e do oportunismo.

O homem, no entanto, sem ideal, mumifica-se. O ideal é-lhe de vital importância, como o ar que respira.

O sucesso social não exige, necessariamente, os valores intelecto-morais, nem o vitalismo das idéias superiores, antes cobra os louros das circunstâncias favoráveis e se apóia na bem urdida promoção de mercado, para vender imagens e ilusões breves, continuamente substituídas, graças á rapidez com que devora as suas estrelas.

Quem, portanto, não se vê projetado no caleidoscópio mágico do mundo fantástico, considera-se fracassado e recua para a solidão, em atitude de fuga de uma realidade mentirosa, trabalhada em estúdios artificiais.

Parece muito importante, no comportamento social, receber e ser recebido, como forma de triunfo, e o medo de não ser lembrado nas rodas bem sucedidas, leva o homem a estados de amarga solidão, de desprezo por si mesmo.

O homem faz questão de ser visto, de estar cercado de bulha, de sorrisos embora sem profundidade afetiva, sem o calor sincero das amizades, nessas áreas, sempre superficiais e interesseiras. O medo de ser deixado em plano secundário, de não ter para onde ir, com quem conversar, significaria ser desconsiderado. Atirado à solidão.

Há uma terrível preocupação para ser visto, fotografado, comentado, vendendo saúde, felicidade, mesmo que fictícia.

A conquista desse triunfo e a falta dele produzem solidão.

O irreal, que esconde o caráter legítimo e as lídimas aspirações do ser, conduz à psiconeurose de autodestruição.

A ausência do aplauso amargura, face ao conceito falso em torno do que se considera, habitualmente como triunfo. Há terrível ânsia para ser-se amado, não para conquistar o amor e amar, porém para ser objeto de prazer, mascarado de afetividade. Dessa forma, no entanto, a pessoa se desama, não se torna amável nem amada realmente.

Campeia, assim, o "medo da solidão", numa demonstração caótica de instabilidade emocional do homem, que parece haver perdido o rumo, o equilíbrio.

O silêncio, o isolamento espontâneo, são muito saudáveis para o indivíduo, podendo permitir-lhe reflexão, estudo, auto- aprimoramento, revisão de conceitos perante a vida e a paz interior.

O sucesso, decantado como forma de felicidade, é, talvez, um dos maiores responsáveis pela solidão profunda.

Os campeões de bilheteira, nos shows, nas rádios, televisões e cinemas, os astros invejados, os reis dos esportes, dos negócios, cercam-se de fanáticos e apaixonados, sem que se vejam livres da solidão.

Suicídios espetaculares, quedas escabrosas nos porões dos vícios e dos tóxicos comprovam quanto eles são tristes e solitários. Eles sabem que o amor, com que os cercam, traz, apenas, apelos de promoção pessoal dos mesmos que os envolvem, e receiam os novos competidores que lhes ameaçam os tronos, impondo-lhes terríveis ansiedades e inseguranças, que procuram esconder no álcool, nos estimulantes e nos derivativos que os mantém sorridentes, quando gostariam de chorar, quão inatingidos, quanto se sentem fracos e humanos.

A neurose da solidão é doença contemporânea, que ameaça o homem distraído pela conquista dos valores de pequena monta, porque transitórios.

Resolvendo-se por afeiçoar-se aos ideais de engrandecimento humano, por contribuir com a hora vazia em favor dos enfermos e idosos, das crianças em abandono e dos animais, sua vida adquiriria cor e utilidade, enriquecendo-se de um companheirismo digno, em cujo interesse alargar-se-ia a esfera dos objetivos que motivam as experiências vivenciais e inoculam coragem para enfrentar-se, aceitando os desafios naturais.

O homem solitário, todo aquele que se diz em solidão, exceto nos casos patológicos, é alguém que se receia encontrar, que evita descobrir-se, conhecer-se, assim ocultando a sua identidade na aparência de infeliz, de incompreendido e abandonado.

A velha conceituação de que todo aquele que tem amigos não passa necessidades, constitui uma forma desonesta de estimar, ocultando o utilitarismo sub-reptício, quando o prazer da afeição em si mesma deve ser a meta a alcançar-se no inter-relacionamento humano, com vista à satisfação de amar.

O medo da solidão, portanto, deve ceder lugar à confiança nos próprios valores, mesmo que de pequenos conteúdos, porém significativos para quem os possui.

Jesus, o Psicoterapeuta Excelente, ao sugerir o "amor ao próximo como a si mesmo" após o "amor a Deus" como a mais importante conquista do homem, conclama-o a amar-se, a valorizar-se, a conhecer-se, de modo a plenificar-se com o que é e tem, multiplicando esses recursos em implementos de vida eterna, em saudável companheirismo, sem a preocupação de receber resposta equivalente.

O homem solidário, jamais se encontra solitário.

O egoísta, em contrapartida, nunca está solícito, por isto, sempre atormentado.

Possivelmente, o homem que caminha a sós se encontre mais sem solidão, do que outros que, no tumulto, inseguros, estão cercados, mimados, padecendo disputas, todavia sem paz nem fé interior.
A fé no futuro, a luta por conseguir a paz intima - eis os recursos mais valiosos para vencer-se a solidão, saindo do arcabouço egoísta e ambicioso para a realização edificante onde quer que se esteja.

(De "O Homem Integral", de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)